Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
Facebook Jornal Evolução       (47) 99660-9995       Whatsapp Jornal Evolução (47) 99660-9995       E-mail

Henrique Fendrich

rikerichgmail.com

Henrique Fendrich (Crônica de São Bento)

Jornalista são-bentense residindo em Brasília/DF


Veja mais colunas de Henrique Fendrich

1897: o terror em São Bento

Quinta, 20 de setembro de 2012

 1897: o terror em São Bento

Entre sete e oito horas daquele sábado, 21 de agosto de 1897, o cachorro de Georg Dums, imigrante boêmio, morador da Estrada Dona Francisca, foi atingido por uma pedra. Ninguém soube dizer quem havia sido o autor. A agressão deixou o animal muito machucado. “Não conseguiu andar por uma semana”, lamentou Dums. Era um cão “bravio e valente”, segundo o vizinho Carlos Körner. Quando algum estranho se aproximava da vizinhança, era sempre o primeiro a latir – latia antes que os cachorros de Alberto Malschitzky, também morador da Estrada Dona Francisca. E foram essas circunstâncias que chamaram a atenção de Dums e Körner no momento em que tiveram de depor.

Georg Dums já havia se recolhido ao seus aposentos na noite da quarta-feira seguinte, dia 25 de agosto. Era por volta de oito e meia da noite quando, subitamente, ouviu um barulho que parecia ser de dois tiros. Intrigado, debateu com a esposa sobre o que poderia ter sido aquilo. Decidiu então se levantar e verificar pessoalmente. Mal abriu a porta de casa, voltada para a rua, e encontrou o mesmo Körner, seu vizinho. Estava exaltado, e falou com rapidez:

- O Malschitzky... recebeu dois tiros e está quase morto!

 

Uma história que merece um livro

Entre as muitas lacunas ainda não preenchidas pelos historiadores de São Bento do Sul está a impressionante história do assassinato de Alberto Malschitzky, presidente da Câmara Municipal, ocorrido no trágico ano de 1897. Chamo de trágico porque não foi o único assassinato daquele ano e porque também, a julgar por alguns depoimentos, outros mais estiveram perto de acontecer. O assunto mereceu apenas alguns poucos comentários no livro de Carlos Ficker sobre a história da cidade. Mas, pelo que observo nas páginas do jornal “Legalidade”, publicado na época pelo Dr. Felippe Maria Wolff, temos uma história que poderia muito bem render um livro ou filme.

Está na moda o lançamento de livros de história cujo título é um ano específico, acompanhado de um subtítulo enorme que tenta resumir o conteúdo e chamar a atenção para o que há de mais bizarro em nosso passado. Assim são “1808” e “1822” do Laurentino Gomes, ou ainda “1808-1834”, do Paulo Setúbal. Pois se algum desses historiadores tentasse fazer o mesmo com a história de São Bento do Sul, o livro fatalmente teria que se chamar “1897”. Faço inclusive a sugestão do subtítulo, garantindo que a história é exatamente essa:

“A incrível história do alemão que enviou um telegrama, irritou um promotor de origens sombrias e acabou assassinado pelo mesmo brasileiro que havia matado por paixão e poder o seu tio, principal líder republicano da cidade, e de como um terrível plano de mortes e violências fez com que um clima de terror, medo e ameaças tomasse conta de todos os seus habitantes”.

Chamaria a atenção, não? O mérito de livros como os de Laurentino Gomes é o de despertar o interesse de pessoas que naturalmente não leriam História. Acho que faria bem a São Bento algo assim. Mas enquanto não sai um livro, fiquemos com alguns spoilers revelados por aqui mesmo. Na semana que vem, aniversário da cidade, comentarei o episódio em que um cavalo foi levado preso, ainda como consequência dos episódios de 1897



Comente






Conteúdo relacionado





Inicial  |  Parceiros  |  Notícias  |  Colunistas  |  Sobre nós  |  Contato  | 

Contato
Fone: (47) 99660-9995
Celular / Whatsapp: (47) 99660-9995
E-mail: paskibagmail.com



© Copyright 2025 - Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
by SAMUCA