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Henrique Fendrich

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Henrique Fendrich (Crônica de São Bento)

Jornalista são-bentense residindo em Brasília/DF


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Essa coisa de ser prefeito

Quarta, 11 de julho de 2012

Agora que muito tem se falado sobre a disputa pela prefeitura de São Bento, eu lanço um olhar curioso para o passado político da cidade. Estou aqui com uma lista de todos os prefeitos de São Bento. O primeiro deles, Francisco Bueno Franco, não foi exatamente um prefeito. Era uma espécie de presidente da Câmara de Vereadores. Vinha de São José dos Pinhais, como quase todos os muitos brasileiros da época. Eram esses brasileiros que tomavam conta da política local. Havia também alguns alemães, mas em geral eram imigrantes vindos de Joinville – não eram, portanto, os boêmios e poloneses de São Bento. E, naturalmente, havia conflitos entre as etnias.

Os historiadores destacam que o imigrante de São Bento não era lá muito interessado em política. Talvez tivesse mais o que fazer, acostumado que estava com uma dura vida de muito trabalho e pouco ganho. Além do mais, eram educados na obediência ao imperador, que por vezes se aproximava da adoração. Houve exceções, como os boêmios Josef Linzmeyer e Ignatz Fischer, que foram Juízes de Paz. Mas cargo de prefeito, mesmo, nenhum deles ocupou.

Veio o século XX, e com ele as prolongadas gestões de Manoel Tavares, de São Francisco do Sul, e Luiz de Vasconcellos, de Baturité, no Ceará. Vasconcellos foi o “prefeito-deputado”, ocupando os dois cargos simultaneamente – possibilidade que seria muito bem acolhida em nossos dias. Quando não estava na cidade, quem assumia era Hugo Fischer, filho de Ignatz, e que foi o primeiro nascido em São Bento a ocupar o cargo. Na Era Vargas, houve um período com muitos prefeitos se alternando, em geral gente que vinha de fora, nomeada pelo governador. 

O capitão Ernesto Nunes, antes de ser uma rua, foi prefeito de São Bento nessa época. E foi ainda o primeiro prefeito de Timbó. Tivemos o chefe integralista Ernesto Venera dos Santos ocupando o cargo também. E um ex-padre, Joaquim Salles, também cearense, e que depois foi professor de português em Blumenau. O capitão Osmar Romão da Silva, de Florianópolis, tem uma bela e extensa biografia, apesar de sua breve vida, e que culminou com o cargo de prefeito de São Bento em 1945. Tinha 32 anos quando assumiu, perdendo apenas para os 31 de Otair Becker.

O capitão Osmar foi nomeado delegado de São Bento em 1943, especialmente para poder tratar de uma tuberculose no clima da cidade. Teve entre os seus méritos a criação da Rádio Timbira, pioneira no Planalto Norte, e o semanário “O Planalto”. Ao assumir a prefeitura em 1945, a cidade se chamava Serra Alta. Dois anos depois, o capitão foi vencido pela doença. Foi o primeiro prefeito falecido durante o mandato – os outros foram Alfredo Diener e Genésio Tureck.

Em 1947, assumiu o são-bentense Henrique Schwarz. De lá para cá, a cidade teve quinze prefeitos diferentes – e não houve mais ninguém de origem brasileira. Basta olhar os sobrenomes: são treze germânicos e dois poloneses. O que isso significa? Não sei. Sei apenas que em algum momento da história os descendentes dos imigrantes passaram a se interessar, e muito, pela política antes desprezada. E essa curiosa regra dos sobrenomes, como se vê, será mantida mesmo após as eleições de outubro.



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