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Henrique Fendrich

rikerichgmail.com

Henrique Fendrich (Crônica de São Bento)

Jornalista são-bentense residindo em Brasília/DF


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Esse tal de crescimento

Segunda, 26 de março de 2012

Digam o que disserem, mas eu moro num Patrimônio Mundial da Humanidade. E não estou falando do meu pobre quarto alugado, onde mal há espaço para mim, e onde nem mesmo o sol encontra oportunidade para entrar. Falo mesmo de Brasília, essa nossa capital, o lugar para onde todo cidadão de bem dirige sua raiva e indignação. Pois esse mesmo lugar é, há 25 anos, Patrimônio Mundial da Humanidade. E quem disse isso foi a Unesco, que certamente ficou encantada com o projeto e a arquitetura da cidade. E dou razão, porque é algo realmente digno de nota.

Mas ai de nós! Esse título de Patrimônio Mundial não é uma Taça das Bolinhas, ou uma Jules Rimet, que permanecerá para sempre com a gente. Pelo contrário: se a gente não cuidar, a Unesco nos tira o título. E foi justamente para verificar se nós, os brasilienses, andamos cuidando do nosso próprio patrimônio que na semana passada vieram pra cá alguns técnicos internacionais. Queriam verificar se já fizemos estragos suficientes na cidade para deixar de ser Patrimônio Mundial. Vieram, fizeram suas anotações, e só em julho saberemos se manteremos o título.

Imagino que os técnicos, sendo especialistas, não deixaram de perceber aquilo que os moradores, sem serem especialistas, já haviam percebido. Eu mesmo já cheguei a algumas conclusões: Brasília, lugar de longas distâncias, não é uma cidade para pedestres. Também percebi, diante dos congestionamentos, que Brasília não é uma cidade para carros. E pela péssima qualidade do serviço, notei ainda que Brasília não é uma cidade para ônibus. De modo que, na verdade, a cidade funcionaria muito melhor se todas as pessoas ficassem paradinhas em seus devidos lugares. Eis aí a minha sugestão para os técnicos da Unesco: se isso não garantir a preservação do nosso patrimônio, nada mais adiantará.

 

Contorno e Centro Cívico

Vendo a dificuldade que Brasília encontra para resolver os problemas que nasceram do seu próprio crescimento, reparei que, guardadas as proporções, é a mesma coisa que acontece em São Bento. Aí está o Contorno Norte, que um espírito brejeiro tratou logo de chamar de Transpão. Veio como saída para desafogar problemas de trânsito, e trouxe consigo uma série preocupações ambientais, esmiuçadas a dedo nas redes sociais. É o velho drama de todas as cidades: crescer, mas de forma sustentável. Às vezes tenho a impressão de que Brasília é uma cidade insustentável – e, como não para de crescer, a tendência é piorar. E as cidades menores o são cada uma à sua maneira. Torço para que tudo vá bem, mas temo.

Por acaso, esse semana estive lendo uma notícia publicada no jornal “Tribuna da Serra” em 1970. Na ocasião, lideranças de São Bento tentavam “adequar a máquina administrativa e os edifícios públicos do município às exigências do ano 2000”. Não é bonito? E previam para isso a construção de um “Centro Cívico”, um conjunto arquitetônico e urbanístico na cidade. Onde foi parar isso? De lá pra cá, São Bento não teve outros centros senão os espíritas. A matéria falava ainda em prever “o que será São Bento do Sul nos próximos 30 anos”. É uma pergunta que nos cabe hoje, e a resposta que queremos talvez não venha sem a nossa própria mudança de hábitos.



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