Sônia Pillon nasceu em Porto Alegre e desde 1996 reside em Jaraguá do Sul.
Formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto pela Univille, atuou como repórter, editora, redatora e assessora de imprensa, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Por mais de 10 anos trabalhou no jornal A Notícia.
É autora de “Crônicas de Maria e outras tantas – Um olhar sobre Jaraguá do Sul” e “Encontro com a paz e outros contos budistas”, com participação em antologias de contos, crônicas e poesias.
Publica também no blog soniapillon.blogspot.com e na fanpage "Sônia Pillon Escritora". É Presidente de Honra da Seccional Jaraguá do Sul da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina (ALBSC).
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Por Sônia Pillon
Duas situações chamam a atenção no Brasil nesse momento, quando se trata da nova vacina. Nesse país que carrega a fama de aprovar o lema “leve vantagem em tudo”, não é de surpreender que, ao serem liberadas as vacinas para combater a covid-19, alguns “espertinhos” se valessem da influência social e política para serem vacinados em primeira mão. Desrespeitando sem nenhum pudor os grupos prioritários, como os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do covid, idosos e indígenas.
E como se não bastasse esse ato reprovável, usam as redes sociais para se vangloriar do feito... Isso sem falar das desculpas esfarrapadas, na tentativa de justificar o injustificável.
É a abominável cultura dos “fura-fila”, dos que usam e abusam de privilégios para passar a perna nos demais. É gente assim que costuma lançar aquela famosa frase, (“Você sabe com quem está falando?”), toda a vez que é questionada, seja infringindo leis, ou descumprindo regras. Ainda bem que a sociedade civil aprendeu a berrar toda a vez que fatos como esses acontecem, obrigando os governantes a tomarem atitudes, tamanha é a repercussão negativa.
Paralelamente aos afoitos que só enxergam o próprio umbigo e não tem um pingo de empatia com as vidas perdidas, e as que estão em risco na pandemia, estão aqueles que resistem ao uso da vacina. Por sinal, essa atitude de desacreditar o processo vacinal vem de longe. Recorrendo à História do Brasil, constatamos que no início do século 20, mais precisamente em 1904, o médico e sanitarista Oswaldo Cruz, alarmado com a epidemia da febre amarela no Rio de Janeiro, sofreu grande resistência da população, num episódio conhecido como a “Revolta da Vacina"...
Pois é, já estamos no século 21, as descobertas científicas nos conduziram a progressos inimagináveis em relação à vida. E em se tratando dos imunizantes testados e aprovados em tempo recorde, é preciso reconhecer o esforço hercúleo da comunidade científica internacional em busca de uma solução. Esses pesquisadores se mostraram incansáveis e merecem o nosso reconhecimento. É o momento de darmos o nosso crédito de confiança. Para progredir, é preciso avançar. Sempre foi assim, desde os primórdios da Civilização.
Esses dias fiz compras no mercado e mandei entregar em casa. Ao abrir a porta para receber os produtos, o entregador se ateve à reportagem da TV, que tratava da vacina. Ele olhou e reproduziu o pensamento que é defendido por parte da população: “Pois é, tá todo mundo com medo da vacina, né?”. Olhei para ele e respondi, com convicção: “Eu não! Eu acredito na Ciência!”.
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