Sônia Pillon nasceu em Porto Alegre e desde 1996 reside em Jaraguá do Sul.
Formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto pela Univille, atuou como repórter, editora, redatora e assessora de imprensa, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Por mais de 10 anos trabalhou no jornal A Notícia.
É autora de “Crônicas de Maria e outras tantas – Um olhar sobre Jaraguá do Sul” e “Encontro com a paz e outros contos budistas”, com participação em antologias de contos, crônicas e poesias.
Publica também no blog soniapillon.blogspot.com e na fanpage "Sônia Pillon Escritora". É Presidente de Honra da Seccional Jaraguá do Sul da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina (ALBSC).
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Sônia Pillon
O uso de máscaras como medida de prevenção ao Coronavírus passa a ser gradativamente adotado no Brasil, ainda que timidamente. Sim, porque a resistência tem sido maior. A incredulidade de muitos, que se negam a enxergar as evidências, preocupa. A ficha não caiu ainda para muita gente! Teorias conspiratórias sobre o surgimento do vírus e a alegação de que “isso tudo é apenas política” são usadas exaustivamente pelos que preferem ficar à margem dos acontecimentos. É mais cômodo deixar tudo como está, se abstrair dos problemas, não é mesmo?
Por isso, parte da massa movediça da população se aglomera em locais públicos, nos mercados e farmácias, organizam festas e lotam as casas nos finais de semana. Não respeitam as orientações de higiene e ainda debocham dos que estão se prevenindo. Tomara que não se arrependam depois...
E é justamente por causa da falta de consciência (e da irresponsabilidade) dos que desafiam os esforços e os protocolos de saúde que estados e prefeituras, como Jaraguá do Sul, já decretaram a obrigatoriedade em utilizar máscaras caseiras. Iniciativa assertiva, considerando o risco de colapso no sistema de saúde.
Os dados referentes a infectados e mortes pela Covid-19 crescem a cada dia. E o pior é que se tratam de números subnotificados, que não representam a realidade. Além dos resultados de exames represados, quantos infectados deixam de fazer parte das estatísticas? Até a manhã do dia 14 de abril, oficialmente o país somava em torno de 24 mil casos confirmados, com mais de 1.350 mortos em consequência da doença. Porém, estimativas apontam que os números reais podem corresponder a 15 vezes mais do que o anunciado, o que é assustador.
Um lado positivo desse cenário? A valorização de profissionais de todas as esferas que atuam nos bastidores da pandemia, a proximidade possibilitada pelas redes, mesmo com o isolamento social, e as inúmeras ações de solidariedade.
De agora em diante, vendar o nariz e a boca deixou de ser uma imagem apenas associada a filmes ou fotografias das encantadoras e glamourosas máscaras do Carnaval de Veneza, ou mesmo de bailes e desfiles carnavalescos pelo mundo, onde a alegria contagiante e o senso crítico eram os ingredientes principais. Se antes as máscaras eram acessórios que via de regra remetiam à fantasia e à beleza, hoje se transformaram em artigos disputados a tapa para salvar vidas.
E as máscaras sociais a que as pessoas se submetem para atender as expectativas do status quo? Bem, essas permanecem sendo usadas e são variáveis de acordo com a ocasião e os interesses…