Não faltam críticas para a prefeitura de Florianópolis, que decidiu cancelar a 14ª edição da Fenaostra, que começaria amanhã. Em compensação, sobram ostras, mariscos e demais produtos preparados para o consumo durante o evento de 10 dias. O saldo são maricultores abalados pela notícia inesperada e que ainda pensam em alternativas para comercializar quase um milhão de dúzias do molusco que seriam consumidas no período da festa, na Capital.
No Sul da Ilha, o presidente da Associação de Maricultores e Pescadores do Sul da Ilha, (Amprosul), Ademir Dário dos Santos, avalia com os associados a possibilidade da venda direta do produto com um preço reduzido.
— Devido a este impacto estamos sem saber o que fazer. Está todo mundo a ver navios. Estamos vendo a possibilidade de vender a ostra na praia — disse Ademir.
A Amprosul envolve mais de 100 produtores que já sentem as consequências do cancelamento do evento. Ademir explica que com o aquecimento da água do mar em novembro, as ostras começam a morrer.
— A prefeitura trata a gente como nada, mas somos geradores de emprego e renda. Falaram que teria a festa, agora vamos ter que nos virar — desabafa.
Em reuniões, produtores tentam manter o evento para o próximo ano. A ideia é conseguir o apoio da próxima gestão da prefeitura para garantir a festa. Para este ano, novas reuniões ainda vão decidir o que será feito com toda a produção preparada para a Fenaostra.
— O único jeito vai ser baixar o preço — lamenta Ademir.
Na Associação Sul da Ilha de Maricultores, produtores tentam organizar um evento particular entre os dias 7,8 e 9 de dezembro. A ideia é comercializar o molusco "in natura" e as ostras gratinadas, preparadas pelas mulheres dos maricultores para a Fenostra. Segundo o presidente da Asimar, Henrique da Silva, a liberação do evento ainda depende da autorização da prefeitura.