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Projeto da Univali inicia meninas no universo da programação

Sexta, 14 de março de 2025

Projeto da Univali inicia meninas no universo da programação
Mais de 40 alunas da rede pública de São José serão capacitadas

 

Uma turma de meninas, matriculadas na rede municipal de ensino de São José (SC), terá a oportunidade de aprender programação de forma gratuita. Eles confiam uma capacitação por meio do projeto “Code Queens – Aprendendo a programar para o futuro”. A iniciativa, promovida pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), incentiva o acesso de mulheres no mercado de tecnologia da informação (TI). A primeira aula acontece nesta segunda, 17, no Campus Kobrasol.

 

Quinze alunas irão integrar a primeira turma do Projeto, que pretende beneficiar 45 estudantes nos próximos três anos. Além da formação gratuita, as futuras programadoras também receberão uma ajuda de custo para cultivar a permanência no curso. O projeto é financiado por recursos do Governo Federal, via Edital CNPq/MCTI/Mulheres nº 31/2023 Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação , aprovado no fim do ano passado.

 

A coordenadora do Projeto, professora Anita Maria da Rocha Fernandes, explica que a iniciativa é realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São José (SC), responsável pela seleção dos estudantes, todos matriculados no 8º e 9º ano do ensino fundamental. Preferencialmente, as vagas são destinadas a meninas negras, indígenas e em situação de vulnerabilidade social.

 

Além do apoio da Secretaria de Educação, o setor privado também é aliado do Projeto. “Algumas empresas da área de TI vão oferecer palestras, workshops e farão um acompanhamento das turmas. O objetivo é identificar talentos que possam ser absorvidos por menores aprendizes no futuro.”, adianta Fernandes.

 

Como vai funcionar

 

As aulas serão realizadas, duas vezes por semana, no Campus Kobrasol. O conteúdo será ministrado por professores e acadêmicos do curso de Ciência da Computação da Univali. Além de receber capacitação gratuita na área de programação, as meninas também aprenderão sobre temas transversais, tais como direitos humanos, ética e legislação, empreendedorismo e inovação, saúde na era digital, soft skills, gerenciamento de carreira e organização do tempo. A capacitação tem duração de nove meses e garante certificado aos participantes que concluírem o curso.

 

Mulheres são minoria na área de TI

 

Coordenadora no curso de Ciência da Computação da Univali, Campus Kobrasol, e responsável pelo projeto “Code Queens – Aprendendo a programar para o futuro” , Fernandes destaca que Santa Catarina ocupa a quarta posição no país, em número de colaboradores no setor de TI - atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais - sendo a Grande Florianópolis, a região que mais emprega neste setor.

 

No entanto, segundo o docente, este é um mercado no qual as oportunidades de trabalho nas áreas técnicas são majoritariamente ocupadas pelo público masculino.

 

“Embora na região da Grande Florianópolis 48,3% das vagas nas empresas de TI são ocupadas por mulheres, estudos mostram que 85% delas atuam em áreas de serviços gerais, comercial, recursos humanos, marketing, contabilidade e administração. Nós focamos na área de desenvolvimento de sistemas para web, justamente para contribuir com a desmistificação da área de TI para meninas aqui na região, que também apresenta demanda de trabalho avançado neste setor”, justifica.

 

Para um especialista, a participação reduzida feminina no setor de TI é um desafio a ser superado em todo o país. “Pesquisas mostram que no Brasil apenas 20% dos profissionais técnicos do segmento são do público feminino. Essa disparidade se torna ainda mais impactante se considerarmos que as mulheres abrangem 52,2% da população brasileira.”, observa.

 

Fernandes afirma que a falta de interesse do público feminino pela área de TI tem diversas origens. A começar pelo machismo estrutural nas famílias, que incentivam as meninas a buscarem mais carreiras em áreas como saúde, bem-estar e educação, passando pelo desconhecimento de figuras femininas de referência na área, até o machismo persistente nos ambientes cooperativos.

 

Mais informações: com a professora Anita Fernandes - (48) 3211-2033/ anita.fernandes@univali.br .



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