A Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção, junto aos mais de duzentos Grupos de Apoio à Adoção de todo o país, vem manifestar repúdio a comentários ofensivos, disfarçados de humor, que afetem direitos de crianças e adolescentes no âmbito da Adoção.
Recentemente, houve interação de humorista, em espetáculo de stand up comedy, com um adolescente que estava na plateia. Visando menosprezá-lo, o comediante passou a usar a hipótese de que o menino foi adotado e que seus acompanhantes não seriam seus pais. Agindo assim, o humorista assumiu o risco de violentar não apenas o interlocutor direto, mas também os filhos adotivos reais e suas famílias, que eventualmente estivessem na plateia. As consequências foram ampliadas após compartilhar o compilado de falas em sua rede social aberta, afetando um sem número de famílias adotivas brasileiras.
A violência do discurso confronta o objetivo principal do humor: levar ao riso. Mesmo alertado, o autor escolheu permanecer agredindo aqueles que já sofreram negligências e violências, antes de encontrarem o afeto na família definitiva. O autor ultrapassou o limite entre o engraçado e o ofensivo, alegando a liberdade criativa do humor. Porém, a criatividade artística não é valor absoluto nem superior à integridade psicológica das pessoas. Fazer humor depreciando estereótipos ou características de grupos minoritários colabora para perpetuar preconceitos.
A lei brasileira impõe a necessidade de proteção integral à criança e ao adolescente, inclusive quanto à igualdade de tratamento a filhos, qualquer que seja sua forma de vinculação parental. A liberdade de expressão não se confunde com imunidade para manifestação nem afasta consequências legais e sociais.
Deve ser repelida a difusão irresponsável de ideias preconceituosas. É preciso respeitar as pessoas e suas histórias de vida, bem como conhecer as práticas de atitudes adotivas.
Sobre a Angaad
A Associação
Nacional de Grupos de Apoio à Adoção é organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que congrega e apoia os GAAs. Ela trabalha pela convivência familiar de crianças e adolescentes. Presente em todas as regiões do Brasil, a ANGAAD atua, desde 1999, de forma voluntária. Segue as diretrizes do ECA e representa os grupos junto aos poderes públicos e às organizações da sociedade civil, em ações que desenvolvem e fortalecem a cultura da Adoção.
A nova diretoria da ANGAAD, com gestão entre 2023 e 2025, é composta por Jussara Marra (presidente), Antônio Júnior (vice-presidente), Ingrid Mendes (secretária), Gilson Del Carlo (tesoureiro), Francisco Cláudio Medeiros (diretor jurídico), Sara Vargas (diretora de relações públicas), José Wilson de Souza (diretor financeiro), Erika Fernandes (diretora de comunicações), Eneri Albuquerque (diretora técnica) e Hugo Damasceno (diretor de relações institucionais).