A Fundação Fritz Müller em parceria com a Fundação Dom Cabral oferece o Programa de Desenvolvimento de Acionistas, com início nesta quinta-feira, em Balneário Camboriú, com o objetivo de auxiliar o processo de transição da gestão
Blumenau - A continuidade das empresas familiares por duas, três ou mais gerações é um desafio que requer investimentos e uma boa dose de paciência para lidar com as adversidades durante o período de sucessão familiar. Mas é possível obter êxito. Prova disso são as inúmeras empresas familiares que estão dando certo há mais de três gerações. Com o objetivo de que aumente o número de empresas conhecidas pelo sucesso na sucessão familiar é que a Fundação Fritz Müller, em parceria com a Fundação Dom Cabral, investe pesado em gestão para esses empresários. A instituição mantém um Programa de Desenvolvimento de Acionistas (PDA) focado nas famílias. O programa já está na quarta turma em andamento no Estado e outra turma está sendo formada em Balneário Camboriú. O módulo inaugural ocorrerá nesta quinta-feira (25) e sexta-feira (26), no Hotel Infinity Blue (antigo Recanto das Águas), com os professores Volnei Garcia e Glaucia Tavares.
Na quinta-feira, o professor Volnei irá coordenar a aula “Desafios da Empresa”. E na sexta-feira, a coordenação fica por conta da professora Glaucia com o tema “Coesão”. Os dois dias serão dedicados a um panorama das empresas familiares, com assuntos como origem, evolução, características, desafios, tipos, dinâmica, o papel do atual e do futuro acionista, a sucessão e a governança familiar. Além disso, os participantes terão conhecimento sobre como funciona a coesão societária, seu entendimento, as características, consequências e benefícios de uma família coesa.
Participam deste programa proprietários, herdeiros e acionistas atuais e futuros de empresas familiares, que têm como objetivo principal preparar a família para a continuidade dos negócios. O PDA busca criar uma linguagem comum entre os atuais e futuros acionistas, desenvolvendo competências para: assumir as responsabilidades básicas de gestores do patrimônio empresarial e dos negócios; compreender, em termos de direitos e obrigações o papel do acionista, bem como o papel dos gestores e a integração entre ambos; e integrar-se assumindo cada um a sua posição ideal no complexo organizacional do empreendimento.
Os encontros são mensais e pautados no aporte conceitual, por uma conjunção de debates e intercâmbio entre os participantes, e experiências trazidas por outras famílias, professores e pesquisadores da Fundação Dom Cabral, que compreendem os seguintes tópicos: dimensão familiar da empresa, que trata do relacionamento de trabalho entre parentes, conflitos em negócios da família e profissionalização da gestão; gestão de transição, que trata da preparação da sucessão; modelo de governança corporativa, que trata do controle corporativo da empresa familiar, de acordo com as perspectivas dos acionistas e dos acordos societários e a constituição de conselhos de acionistas e de administração.
Todos esses módulos têm por objetivo tornar vitoriosa a gestão e sucessão nas empresas familiares, respeitando a forma de gestão da atual administração e as expectativas dos herdeiros, com o objetivo de gerar o mínimo possível de conflitos na relação familiar. Os bons exemplos são trazidos no contexto do programa para demonstrar que é possível ter uma transição familiar bem sucedida, desde que sejam estabelecidos parâmetros bem claros de como será a sucessão dos herdeiros antes dos problemas acontecerem de fato. Normas, rituais, disciplina e alinhamento da cultura da gestão são fundamentais. “É necessário aprender a gerenciar conflitos, ter um entendimento mútuo dos interesses dos atuais e futuros acionistas que, se não forem bem administrados, podem gerar rupturas dolorosas na família e, conseqüentemente, refletirem no negócio”, diz a coordenadora executiva da Fundação Fritz Müller, Luzia Fröhlich.