A semana começou e está terminando com a saúde colocada outra vez em evidência no noticiário. E com a ameaça de que a população mais sofrida e carente possa continuar com acúmulo de novas frustrações. Já na segunda-feira, o secretário estadual da Saúde, Dalmo de Oliveira, foi convocado a dar informações aos prefeitos do PMDB, reunidos em Florianópolis por sua Associação com o objetivo de cobrar convênios e recursos de Raimundo Colombo. A exemplo do que vem ocorrendo com outros dirigentes municipais, os prefeitos aliados estavam desorientados sobre o funcionamento efetivo do “Mutirão da Saúde”, lançado pelo governo do Estado, mas sem clareza operacional. A campanha publicitária está há mais de uma semana sendo veiculadas nas redes estaduais de televisão, prometendo soluções milagrosas para acabar com o represamento de cirurgias de média complexidade. A mensagem oficial orienta os pacientes a procurarem as secretarias de saúde dos municípios.
Neste sábado, o programa foi iniciado em algumas cidades, com destaque para Joinville, base do secretário Dalmo de Oliveira, onde o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt tinha agendadas as primeiras cirurgias. O prazo fixado pela secretaria da Saúde para adesão dos hospitais interessados no projeto terminou nesta sexta-feira que passou. O problema é que os hospitais particulares, filantrópicos e comunitários não tiveram condições de incorporação.
O vácuo criado entre o poder público e a maior rede hospitalar comunitária e filantrópica acabou criando novos problemas. O projeto concebido inicialmente pelo governador Raimundo Colombo e estruturado pelo secretário Dalmo de Oliveira previa a destinação de 20 milhões de reais para realização de 23 mil cirurgias da chamada média complexidade: joelho, tornozelo, catarata, etc. Ficou definida uma remuneração de R$ 980,00 por cirurgia. O SUS paga hoje média de R$ 380,00.