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Quem, entre nós, ainda tem tesão para participar ou envolver-se na política atual?

Segunda, 01 de agosto de 2011

Os nossos filhos que administrem o futuro, porque no agora nada está sendo feito

- - Por Humberto Corrêa* - -

Dos servidores públicos, efetivos ou daqueles indicados (famoso cargo de confiança) dos políticos eleitos, a comunidade não espera que somente estes batam o ponto. A comunidade espera que também despertem da apatia, prestando serviços e assistência que promovam a cidadania. A descrença e a decepção não servem a ninguém, principalmente na política, pois é justamente esta que decide sobre a nossa qualidade de vida e de nossa cidadania. A apatia política não é recente. No ano de 1917, no pequeno texto "Os Indiferentes", Antonio Gramsci descreve que a indiferença "é abulia, é parasitismo, é covardia, não é vida". E complementa: "Não podem existir os apenas homens, os estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. O que acontece tanto porque alguns o queiram, mas porque a massa dos homens abdica de sua vontade, deixa fazer, deixa enrolarem os nós que, depois, só a espada poderá cortar; deixa promulgar leis que, depois, só a revolta pode anular; deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar".

Como cidadãos contemporâneos e apáticos transformamos democracia em ritual: o voto. A cada dois anos, somos consultados nas urnas sobre o rumo que os nossos governantes dão ao nosso Município, ao nosso Estado e ao nosso País. Desta forma dizemos se queremos que os rumos da política mudem ou permaneçam como estão. Mas o questionamento é: de qual política? Da política do bem comum ou da política dos interesses da classe política? Muitos já estão cansados de participarem assim, esporadicamente. Cansamos também dos teatros e encenações dos políticos pela televisão, jornais, panfletos, etc. Cansamos de ouvir discussões inócuas e oportunistas da situação ou da oposição. E não são oposição nem situação, são cidadãos e cidadãs, desejosos de participação.

 

O PODER EMANA DO POVO

Neste sentido, não podemos mais estar indiferentes à situação política, pois o artigo primeiro, parágrafo único, da atual Constituição, diz que todo o poder emana do povo, que exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente nos termos da Constituição. A participação direta acontece mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. Esta ultima é menos conhecida. Entretanto, a lei maior esclarece que qualquer cidadão tem o direito de propor uma Ação Popular contra o governo quando este age em detrimento do patrimônio público, da moralidade administrativa e do meio ambiente. Temos aí instrumentos legais que derrubam por terra outra frase bastante ouvida e aceita por muitos: "Isso não é comigo". Aristóteles, no livro "Política", escreve: "O que não consegue viver em sociedade, ou que não necessita de nada porque se basta a si mesmo, não participa do estado; é um bruto ou uma divindade".

A política deve nos levar à prática da justiça. É evidente que o Brasil é um país injusto. E justiça distributiva, segundo o filósofo citado, é dar desigualmente para os desiguais, ou seja, os mais necessitados devem receber a porção maior. O que notamos por aqui é a existência de uma burguesia, privilegiada por todos. Não é por acaso que ocupamos o segundo lugar, no mundo, em concentração de renda. A prática da justiça é componente da democracia. Vamos exigir justiça no nosso Brasil, de bois superfaturados, soda no leite, banheiros públicos a um custo exorbitante, senadores, deputados e vereadores que, por serem da situação ou por conluio político, nada fazem. Vamos nos mobilizar, telefonar, colocar na internet, denunciar a corrupção e o descaso; estão roubando a pureza e as forças das águas, o verde e o frescor das florestas, a fertilidade e as riquezas do solo, roubando as pessoas de encontrarem seu verdadeiro Eu.

 

ATROCIDADES CONTRA A SOCIEDADE

Portanto, a democracia que queremos deve estar alicerçada no controle social, no debate democrático, no respeito dos direitos humanos e na liberdade de cada um organizar e reclamar as suas demandas de cidadania. Mas acredito que nós nada devemos temer.  Talvez o pior de todos os momentos. Que os culpados não sejam julgados e condenados dessas atrocidades contra a sociedade. E, se isto ocorrer, então só sobrarão Deus, as Escrituras, e a Justiça Divina para julgar. Pois estas formalizam que roubo é pecado e fere o sétimo mandamento divino. E atenta contra a soberania ética e moral. Tanto que o líder libertador Moisés, quando recebeu as tábuas da lei no Monte Sinai, mostrou e orientou o povo para não acumular o maná. Todos deviam tomar apenas uma medida por dia, segundo a necessidade de cada pessoa (Ex 16,16).

Quando desviam dinheiro público tira-se o pão, a saúde, a flor, o fruto, a luz e a voz, não se tem mais escrúpulos para roubar. Neste momento lembro-me do poeta Eduardo Alves da Costa, que escreveu este poema: "Na primeira noite eles se aproximaram e roubaram uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada". Fazer o quê? Os nossos filhos que administrem o futuro, porque no agora nada está sendo feito.

 

* Licenciatura e Bacharelado em História, Pós-Graduado em História do Brasil

 

SAITES PARA PESQUISA

www.portaltransparencia.gov.br - recursos públicos federais

www.cgu.gov.br

- Controladoria Geral da União



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