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Imprensa catarinense completa 180 anos

Quinta, 28 de julho de 2011

Primeiro número de O Catharinense circulou em 28 de julho de 1831

Fifo Lima

Em 28 de julho de 1831, circulava o primeiro número de O Catharinense, marco da imprensa no Estado. Ao longo de 180 anos, os meios de comunicação evoluíram tecnologicamente, ganhando agilidade e interatividade com o público.

Jerônimo Coelho tinha 25 anos quando lançou O Catharinense, o primeiro jornal do Estado, há exatos 180 anos. O semanário durou apenas um mês, mas estabeleceu um marco na imprensa em Santa Catarina. Produzido a partir de letras de chumbo com tinta impressa sobre o papel, a pioneira versão do jornal físico resiste em seu suporte tradicional, mas hoje pode ser lido na tela luminosa dos tablets ou do computador. Se antes este leitor era um sujeito anônimo, distante da redação do jornal, na contemporaneidade ele passa a ter participação simultânea, especialmente nas versões eletrônicas.

As mudanças são imensas, mas o único aspecto que não mudou foi o código de comunicação, feito a partir de letras do alfabeto. Mesmo com reformas gramaticais e ortográficas, o signo permanece o mesmo.

O precursor Jerônimo Coelho ainda chegou a lançar um segundo jornal, o Expositor, mas fez carreira como militar e político. Segundo o historiador Oswaldo Rodrigues Cabral, foi o mais destacado político catarinense do século 19.

Feitos com linotipo, máquina industrial que fundia os tipos de chumbo, os jornais impressos iriam ser publicados dessa maneira até o início dos anos de 1970. Alguns mantiveram esse sistema de impressão até o final do século 20.

O historiador Jali Meirinho, que prepara um livro sobre a história da imprensa em Santa Catarina, diz que, pela pouca procura na Província do Estado de Santa Catarina, a tipografia de Jerônimo Coelho, onde era editado O Catharinene, fechou, dando origem à Imprensa Oficial do Estado.

Somente no início da década de 1850 é que o interesse por jornais cresce, com a chegada de tipógrafos importantes e especialmente em função do momento político.

Na época, começa um confronto mais acirrado entre conservadores e liberais. O próprio O Catharinense foi criado movido pelas ideias republicanas de Jerônimo.

Por volta de 1885, surge o primeiro jornal essencialmente republicano, A Voz do Povo. Publicações com os mesmos ideais surgiram na época também em Tijucas e Joinville.

A dicotomia entre ideais políticos vai estabelecer a direção dos jornais até pelo menos os anos 1960. No período, o Partido Social Democrático, o PSD, com o jornal O Estado e a Rádio Guarujá, e a União Democrática Nacional, em torno do jornal A Gazeta e a rádio Diário da Manhã.

Era dourada do rádio

O rádio surge informalmente em Santa Catarina no final dos 1920, com a Rádio Clube de Blumenau, oficializada em 1936. Antes da transmissão por ondas sonoras, o precursor deste sistema de comunicação foi antecedido por alto-falantes em postes, com transmissão de noticiários de atividades culturais.

A abertura da primeira emissora em Santa Catarina é simultânea à origem do rádio no território nacional, ocorrida em 1922, no centenário da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro.

Inicialmente, as emissoras funcionavam como clubes, mantidas por associados, mas, logo, ganharam o formato de empresas, com veiculação de publicidade, diz o jornalista Antunes Severo. O rádio ganha ainda mais audiência a partir de 1936, quando surgem as radionovelas.

Depois da Segunda Guerra Mundial, há um boom e uma proliferação de emissoras pelo Estado. A Diário da Manhã e a Guarujá, nos anos de 1950, passam a operar com ondas de longo alcance, chegando a países da América Latina, Estados Unidos e Japão. Em 1950, nascem as rádios FM no Brasil, que em Santa Catarina só começam a operar em 1975, todas com o propósito de tocar unicamente música.

— Nos anos 1970, as FMs surgem como uma verdadeira derrama, incentivadas pelo governo militar com o objetivo de amortecer a importância das emissoras de rádio AM e o alcance de seus noticiários - analisa Antunes Severo.

Advento da televisão

Em 1969, a cidade de Blumenau, que sediou a primeira emissora de rádio, larga na frente colocando no ar a TV Coligadas, Canal 3.

Vera Fischer, que viria a ostentar a faixa de Miss Brasil e depois seguir carreira no cinema e na TV, foi personagem da primeira reportagem externa da emissora blumenauense, que transmitiu o concurso Miss Santa Catarina de 1969. Vera venceu e, logo depois, foi eleita a mais bela mulher brasileira.

No ano seguinte, é inaugurada em Florianópolis a TV Cultura, Canal 6, com programas locais e de São Paulo e Rio de Janeiro. A TV Cultura reinou soberana por 10 anos e chegou a cobrir quase dois terços dos municípios do Estado, mas com uma tecnologia precária.

A emissora da época não tem vínculo com a atual, que está inoperante. No início, acreditava-se que a TV iria decretar o fim do rádio, o que não ocorreu.

Um novo marco se dá com a chegada da RBS, em 1979, trazendo a experiência de haver montado no Rio Grande do Sul a primeira rede regional de emissoras do Brasil, segundo relata o livro Memória da Radiodifusão Catarinense, publicado pela Editora Insular.

Atualmente, há 18 emissoras de TV, 108 rádios FM e 104 AM em operação no Estado. O número de jornais impressos não é preciso. Estima-se que sejam 45 diários, a maioria com versão também na internet. Mas circulam também jornais de bairro, semanais, quinzenais e mensais, que somam uma lista com mais de 200 publicações.

Nesse levantamento da imprensa tradicional, não estão incluídos os portais, os sites e blogs, que atingem um público incalculável. Somam-se a este universo, o Twitter e o Facebook, todos janelas da internet que imprimem uma repercussão imediata, estabelecendo a universalidade e promovendo com leitores uma interatividade que está mudando radicalmente os rumos da comunicação.

O mundo pelas palavras

Na véspera do aniversário de 180 anos da imprensa catarinense, Manoel Ribeiro Pires, 53 anos, e Beatriz Ferreira Nunes, 17, conheceram a redação e o setor industrial do Diário Catarinense.

O professor de geografia e a estudante do terceiro ano do ensino médio do Colégio Bom Jesus Coração de Jesus são leitores de gerações diferentes mas que têm um objetivo em comum: estar contato com o mundo por meio das informações geradas pela mídia.

Formado em direito e estudos sociais, com especialização em educação e desenvolvimento humano e psicologia e pedagogia institucional, Manoel é leitor de jornal pela internet, mas não abre mão do jornal em papel.

— Começo pela internet, mas preciso ir ao impresso. Tenho necessidade de me deter no texto no papel, fazer anotações. Só assim consigo pensar melhor nas informações — diz ele.

Beatriz pretende prestar vestibular para medicina. Diz que segue o Twitter de revistas e jornais e, a partir de assuntos que despertam sua curiosidade, vai à homepage do jornal.

— Quando vejo um assunto do meu interesse vou buscar a notícia completa — diz Beatriz, ainda preocupada com a redação e com as informações sobre atualidades que poderão ser tema da prova que fará do vestibular.

Na turma de Beatriz, formada por estudantes que devem prestar vestibular no final de ano, foi criada uma comunidade na rede social do Facebook para compartilhar notícias que o grupo considera importante para discussão e estudo.

Manoel também busca no jornal temas relacionados com a disciplina e que podem ser levados para a sala de aula. Considera a geografia uma matéria viva, relacionada aos fatos cotidianos.

A estudante salienta que pertence a uma geração em que o computador é muito presente e que a discussão de temas também pode ser feita neste âmbito. Ela diz que é importante acessar sites confiáveis, ligados a publicações consolidadas.

Ao final da visita ao Diário Catarinense, ambos concluíram que a experiência, inédita para ambos, valeu como uma aula sobre a dinâmica de produção de um jornal.

ClicRBS



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