Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
Facebook Jornal Evolução       (47) 99660-9995       Whatsapp Jornal Evolução (47) 99660-9995       E-mail

Garoto de 11 anos procura um doador compatível de medula óssea para poder se curar da leucemia

Domingo, 24 de julho de 2011

Outras duas mil pessoas vivem o mesmo drama de Thomas no Brasil

Morgana Michels | morgana.santos@santa.com.br

O menino ativo, que aos quatro anos corria na frente da mãe para chegar antes à creche, foi ficando cansado e já não a alcançava mais. Junto com a fadiga, Thomas José da Silva apresentava palidez e manchas roxas nas pernas. Estes foram os primeiros sintomas da leucemia linfoide aguda, percebidos pela enfermeira da creche, que já havia tido um caso da doença na família e sugeriu os exames.

Na terça-feira, 24 de agosto de 2004, o chão se abriu para Irene Aparecida Rodrigues e Celestino da Silva, pais de Thomas. A família do Bairro Velha Grande, em Blumenau, recebeu o resultado do primeiro teste, que deu positivo.

A contraprova confirmou o diagnóstico, e o garoto, hoje com 11 anos, ainda tenta se curar.

Celestino raspou o cabelo para ficar igual ao filho. Achou que esta seria a pior parte:

— Agora, depois de sete anos lutando contra um inimigo invisível, penso que, se fosse só a perda de cabelo, seria bom — diz o pai.

— Na infância, as chances de sucesso no tratamento da leucemia podem chegar a 80%. Mas, se a doença reincide, o mais indicado é fazer o transplante de medula óssea — explica a oncopediatra Marcela de Moraes Barros e Sousa.

Inicialmente, a quimioterapia é mais intensiva e, em alguns casos, é necessário internar. O procedimento dura, em média, dois anos. Mas, se a doença volta, a criança deve ser encaminhada para o transplante.



Doença voltou após primeiro tratamento

O primeiro tratamento de Thomas começou em agosto de 2004 e foi concluído em janeiro de 2007. Após sete meses, a doença voltou.

— Percebemos que o testículo dele estava inchado. Fizemos os exames e foi constatado que era leucemia novamente. A primeira notícia sempre é a pior, pois esperamos algo mais simples de tratar. Mas se ele ficar doente 10 vezes, todas serão muito difíceis — desabafa a mãe.

Sete anos depois do diagnóstico, Thomas está em tratamento e tem reagido bem às sessões de rádio e quimioterapia. Desde outubro de 2010, está à espera de um transplante de medula, mas ainda não foi encontrado um doador com pelo menos 90% de compatibilidade.

O garoto de sorriso largo está na 6ª série. Quando não consegue ir à aula, um colega leva os cadernos para que ele possa copiar as matérias. O maior sonho de Thomas é conseguir um doador para, finalmente, ficar curado e poder jogar bola com os amigos. A chance de encontrar alguém compatível é de uma em 100 mil. Enquanto a hora do transplante não chega, o menino aproveita o tempo livre para jogar videogame, tocar violão, fazer aula de acordeon e assistir aos jogos do time do coração, o Flamengo.

Fila para transplante tem 2 mil

O drama de Thomas é o mesmo de outras 2 mil pessoas que aguardam um transplante de medula óssea no Brasil. Em 2010, 170 portadores de leucemia foram transplantados em todo o país, de acordo com o Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome), ligado ao Instituto Nacional de Câncer (Inca). A expectativa para 2011 é de 190 transplantes.

Quando não há um doador aparentado, a solução para o transplante de medula é procurar um compatível no Redome. O ideal é ter um irmão compatível, o que só ocorre em 30% das famílias brasileiras. Para 70% dos pacientes, é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de voluntários e bancos públicos de sangue de cordão umbilical.

No Brasil, o Redome possui 2,3 milhões de cadastrados. Em SC, 90 mil pessoas fizeram o cadastro.

A medula pode ser retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções com agulhas. O procedimento dura 40 minutos e é feito com anestesia. O doador fica internado 24 horas. Em quatro semanas, a medula se recompõe totalmente.



Comente






Conteúdo relacionado





Inicial  |  Parceiros  |  Notícias  |  Colunistas  |  Sobre nós  |  Contato  | 

Contato
Fone: (47) 99660-9995
Celular / Whatsapp: (47) 99660-9995
E-mail: paskibagmail.com



© Copyright 2025 - Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
by SAMUCA