Monitoramento é feito por técnicos do Samae
São Bento - Após um ano de operação, o Aterro Sanitário de São Bento do Sul apresenta "ótimos índices" de qualidade no tratamento do chorume. Todo procedimento é monitorado por técnicos do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). No aterro é depositado todo o lixo recolhido no município, que é de aproximadamente 40 toneladas por dia, resultando, em média, 1,2 mil toneladas por mês. A estimativa é que o aterro, localizado em Rio Vermelho e composto por duas células, possa receber o lixo durante um período de 15 a 20 anos. Parte da primeira célula que está sendo utilizada produz em média próximo de dois mil litros de chorume por dia. Segundo a engenheira sanitarista Vivian Alves Máximo Simões, a previsão é de que na sua totalidade o aterro produza até 11 mil litros diários.
O líquido é examinado em várias etapas do procedimento, como forma de prevenção de possíveis contaminações. O monitoramento, através de coleta, acontece de três em três meses e a cada seis meses a análise é ampliada e mais parâmetros são investigados. "São feitas coletas em pontos determinados e, além de analisar o início e final do processo, a água que é despejada no rio é analisada, e também a água do rio com coletas a montante (antes do lançamento das águas) do tanque e a jusante (depois do lançamento)", explica a engenheira. Nessa semana a equipe recebeu os dados referente à última amostra coleta. "Os dados apresentam uma redução da DBO5 (Demanda bioquímica de oxigênio) em 98%. É um parâmetro importante que nos dá uma noção de como está se comportando o tratamento", detalha Vivian.
LAGOA
O lixo depositado diariamente no aterro é compactado e, em determinada altura, é coberto com argila. O selo de argila diminui a infiltração da água da chuva e minimiza o problema com insetos, roedores e aves. "A água da chuva aumenta o volume de chorume gerado e a argila é um importante meio para reduzir a infiltração da água pela massa de lixo da célula", exemplifica a engenheira sanitarista. A drenagem do chorume é feita por meio de tubos dispostos no fundo das células. O chorume oriundo do aterro sanitário é submetido a um tratamento biológico e tem seu primeiro tratamento na lagoa anaeróbia. Nesta sobrevivem microorganismos que não precisam de oxigênio para sobreviver, os quais se alimentam da matéria orgânica.
Na segunda lagoa, denominada facultativa, a profundidade é menor e nela há possibilidade da existência de organismos aeróbios (precisam de oxigênio) e anaeróbios (não precisam de oxigênio). "A terceira, que é a de maturação, é mais rasa e possibilita a entrada de luz solar que permite a existência de organismos fotossintéticos que liberam oxigênio na lagoa. Essa condição permite o equilíbrio e a sobrevivência de uma variedade de organismos que terminarão de depurar o chorume", detalha Vivian. Todo o processo de tratamento leva em média cerca de 60 a 90 dias.