Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
Facebook Jornal Evolução       (47) 99660-9995       Whatsapp Jornal Evolução (47) 99660-9995       E-mail

Rio Negrinho destaque no Globo Rural

Segunda, 11 de julho de 2011

Ajuda de pássaros no reflorestamento foi alvo de matéria

 

Clique para ampliar
A repórter Priscila Brandão: "Em Santa Catarina, a região conhecida como Planalto Norte é um lugar frio, com muita mata e cheio de rios e córregos" (Fotos Reprodução/Divulgação)
 

Rio Negrinho - "Um dos pontos mais debatidos na discussão sobre a reforma do Código Florestal, que está no Senado, é o da recuperação das áreas de vegetação nativa nas propriedades. O Globo Rural mostra uma técnica de reflorestamento chamada nucleação. O nome assusta um pouco, mas a técnica é simples e relativamente barata. Não se baseia só no plantio de árvores, mas também na ideia de contar com um ajudante fundamental para o sucesso do empreendimento: os pássaros". Com esta chamada foi aberta a matéria, exibida no último domingo, dia 3. "Em Santa Catarina, a região conhecida como Planalto Norte é um lugar frio, com muita mata e cheio de rios e córregos, que fazem a viagem ganhar caminhos surpreendentes. Pelas rodovias que cortam as cidades, toda hora passa um caminhão carregado com toras de madeira. No lugar está instalado um dos principais polos de indústrias de móveis do sul do país. Por isso, há muitas florestas plantadas com árvores exóticas que não são nativas da região. São florestas de plantio comercial", apresentou a repórter Priscila Brandão, inicialmente.

"Em Rio Negrinho, cidade que fica a 260 quilômetros de Florianópolis, fica a empresa que cultiva pinus desde a década de 1970. Quarenta mil hectares de árvores virarão compensado de madeira para móveis e para a construção civil. Mas no viveiro da fazenda há aroeira, ipê amarelo, pessegueiro bravo e outras espécies. 'Nós temos uma espécie fantástica que é araucária, mais conhecida como pinheiro do Paraná. Hoje, está listada como em extinção em função da exploração madeireira que teve ou da falta de controle nessa exploração', explica Reinaldo Langa, engenheiro florestal da empresa", continuou a matéria.

 

RAIZ

"Segundo Reinaldo, o sucesso do replantio do pinhão, a semente da araucária, depende de um detalhe simples. 'Você tem que colocar ela numa inclinação aproximadamente de 45 graus, de maneira que a parte do embrião que vai formar a raiz já fique direcionada para o sistema radicular. A chance de o sistema radicular formar o contrário e a árvore entortar e quebrar na natureza é muito grande. Ela vai nascer meio tortinha', completa. As mudas prontas para ir para o campo e vão para o lugar onde o pínus foi cortado há um mês. Mas dos trinta hectares anteriores, o pinus foi replantado em vinte e nove hectares. Um hectare foi incorporado à APP, Área de Proteção Permanente, que já existia ao redor da nascente do rio. A forma de reflorestamento é a nucleação", destacou a reportagem.

O material prossegue: "O biólogo da Universidade Federal de Santa Catarina, Ademir Reis, coordena a nucleação da área. Segundo o professor Ademir, a nucleação faz a recuperação a partir de porções ou núcleos. Daí vem esse nome. 'A nucleação tem como base sempre a sucessão. Ela quer que haja primeiro a formação de um solo e que com o tempo as espécies sejam recrutadas de forma a atender exatamente as condições climáticas regionais. Num processo de plantação, existe uma ideia de pressa, de formar isso o mais rápido possível. Nem sempre esse solo está preparado para receber essas mudas', esclarece Reis. O sistema de nucleação une cinco técnicas usadas ao mesmo tempo: o plantio de mudas nativas, a transposição de solo, a chuva de sementes, a formação de poleiros e a implantação de galharias. No plantio de mudas nativas são usadas dez espécies diferentes, sempre plantadas em grupos de cinco mudas de cada espécie".

 

Clique para ampliar
Técnica, que também está sendo utilizada em São Paulo, foi apresentada na fazenda de uma empresa rio-negrinhense
 

CAMADA SUPERFICIAL

"Para a transposição de solo, a equipe vai até uma mata preservada, próximo à área a ser recuperada, e coleta dez centímetros de camada superficial de terra", prosseguiu a reportagem. "Na porção vão galhos, folhas, fungos, bactérias, minhocas e algas, que são espécies importantes para a fertilização do novo solo. Uma pequena clareira é aberta no lugar. Mas como a quantidade de terra retirada é pequena, não há o risco de provocar destruição. A chuva de sementes acontece com a ajuda de peneiras colocadas entre as árvores. Vento, chuva e animais carregam de um lado para outro as sementes de locais distantes e elas vão caindo na peneira. Então, é só recolher".

A reportagem do Globo Rural, então, explicou mais alguns processos da nucleação: “Os poleiros artificiais são feitos de bambu amarrado com cipó. Mas existem também aqueles que aproveitam árvores que estão muito próximas das cabeceiras dos rios, por exemplo, e que, segundo a legislação, não poderiam estar naquele lugar, como pinus que foram plantados para o uso comercial que virariam madeira para móveis aos 30 anos. Uma alternativa para eliminar os pinus seria derrubar as árvores. Mas no lugar foi usada uma técnica chamada anelamento. Os troncos se transformaram em poleiros naturais. O anelamento faz um anel mesmo em volta do tronco e a seiva que corria é interrompida. A árvore morre e vira um local privilegiado de visão e descanso para os pássaros, como explica o biólogo Nicholas Kaminski”.

 

PICA-PAUS

Kaminski declarou à repórter: "Bem-te-vi, siriris, sabiás e até mesmo pica-paus acabam sendo atraídos por essas árvores. Quando estão secas, acabam dispersando sementes. Geralmente as pessoas acabam dando maior importância àquelas espécies que são ameaçadas de extinção, espécies mais raras, só que dentro dos processos de restauração, o principal trunfo mesmo é o das espécies generalistas porque são elas que vão acabar preparando o ambiente para essas espécies mais raras virem ocupar depois".

"As galharias são os montes de galhos que servem de abrigo para roedores e cobras, que são muito bem-vindos. Esses animais usam as galharias para estocar sementes, que acabam germinando naturalmente. O biólogo Ademir Reis não gosta de dizer que a nucleação é melhor ou pior que os outros sistemas de recuperação de florestas. Ele diz que o importante é conhecer bem as técnicas de reflorestamento para fazer a melhor opção. A nucleação também está sendo usada em São Paulo. Ela é um dos métodos empregados em um projeto estadual de recuperação de um milhão de hectares de matas ciliares em oito municípios", encerra a reportagem, disponível, em vídeo, no saite do jornal, o www.jornalevolucao.com.br.



Comente






Conteúdo relacionado





Inicial  |  Parceiros  |  Notícias  |  Colunistas  |  Sobre nós  |  Contato  | 

Contato
Fone: (47) 99660-9995
Celular / Whatsapp: (47) 99660-9995
E-mail: paskibagmail.com



© Copyright 2025 - Jornal Evolução Notícias de Santa Catarina
by SAMUCA