As exportações catarinenses somaram US$ 4,32 bilhões no primeiro semestre de 2011, um crescimento de 21,7% em relação ao mesmo período de 2010, segundo dados divulgados pela Federação das Indústrias (FIESC) nesta quinta-feira (7).
Apesar da alta nos embarques, neste mesmo período, as importações expandiram-se 30,1%, para US$ 6,84 bilhões, com isso, o saldo da balança comercial fechou com déficit de US$ 2,52 bilhões.
De janeiro a junho, dos dez principais produtos da pauta de exportação, oito registraram crescimento. Os embarques de carne de frango, principal produto da pauta, somaram US$ 1,03 bilhão, alta de 30,1% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Outros produtos também tiveram elevação, como motores, transformadores e geradores elétricos (45,3%), carne suína (40,1%) e blocos de motores (52,2%).
Queda
Os itens fumo e móveis de madeira acumulam decréscimo nas vendas ao mercado externo. No caso do fumo, segundo produto mais exportado por Santa Catarina, a queda de 2% registrada no período se deve a oscilações por parte dos compradores internacionais.
Os embarques de móveis sofreram redução de 19,7% no primeiro semestre. Segundo o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de Rio Negrinho (Sindicom), Carlos Mattos, "o câmbio sozinho tira boa parte da capacidade das empresas de exportar por causa da valorização do real. Por mais ganhos de produtividade e redução de custos que se consiga, não há como ser competitivo e superar a valorização do real. Esperamos que o governo acorde para a questão", disse.
Mattos afirmou que os produtos exportados não tem mercado no Brasil por causa das diferenças no design aceito em cada país. As empresas estão redirecionando a produção para o mercado interno, mas os resultados exigem tempo, pois é necessária a realização de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.
As moveleiras catarinenses trabalham basicamente com madeira maciça e esse processo é intensivo em força de trabalho. Mesmo tecnologicamente atualizadas, as empresas precisam de profissionais em todas as fases da produção.
"O resultado das exportações foi ruim e a perspectiva é de queda. Percebe-se um crescimento pequeno no mercado interno, mas tudo leva a crer que este é o segmento que vai sustentar as empresas do estado", disse o vice-presidente.
Importações
No primeiro semestre, os produtos mais importados pelo estado foram os insumos catodos de cobre (27,2%), polietilenos (44,5%), fios de fibras de poliésteres (36,9%) e fios texturizados (15,1%). Os países de quem Santa Catarina mais importou foram China, com alta de 35,5%, Chile, com crescimento de 25,8%, Argentina, alta de 17,2% e os Estados Unidos, com elevação de 29,8%.
Os US$ 4,32 bilhões exportados por Santa Catarina corresponderam 3,6% das exportações brasileiras. O estado ocupa a décima posição no ranking nacional.