O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) quer emprestar entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões para o Brasil ao longo dos próximos quatro anos. Foi o que disse ontem o presidente do organismo, Luis Alberto Moreno, no encontro com a presidente Dilma Rousseff. Os desembolsos serão feitos ao governo federal, estados e municípios. Apenas para este ano, a projeção de crédito é de US$ 2 bilhões.
Parte significativa do volume a ser concedido até 2014 está relacionada com a preparação para a Copa do Mundo tanto no que se refere às obras de infraestrutura como de mobilidade urbana nas 12 cidades que abrigarão o mundial. De acordo com Moreno, nos últimos dois anos, já foram emprestados cerca de US$ 4 bilhões. "Esperamos trabalhar com essas cidades com investimento de mais US$ 6 bilhões— metade da nossa programação para os próximos quatro anos", disse ele, lembrando que o ministro dos Esportes, Orlando Silva, também participou da reunião no Palácio do Planalto.
Muito embora tenha admitido que os estados e municípios maiores receberão, proporcionalmente, mais recursos, o representante do BID lembrou que já está em andamento uma estratégia de trabalho com os estados da região Nordeste para o desenvolvimento turístico, em áreas de saneamento básico, educação e infraestrutura como de aeroportos.
Pobreza
Moreno elogiou o programa Brasil Sem Miséria, classificando- o como um projeto inovador. Disse querer trabalhar de forma muito próxima aos ministérios sociais brasileiros, dando suporte para programas de capacitação técnica de equipes, especialmente em prefeituras de cidades pequenas onde há mais problemas de pobreza. "Justamente onde há mais problemas de pobreza, a situação técnica de pessoas de governo que trabalham dentro da área é débil", afirmou, lembrando que o banco quer também ajudar a criar um sistema de medição de impacto dos programas implantados.
Ontem, o BID anunciou projetos com foco em consumidores de baixa renda e que deverá liberar, até 2012, cerca de US$ 220 milhões à América Latina e Caribe para programas voltados para esse público-alvo.
Fonte: Brasil Econômico