Padre Antônio Taliari
Jornalista (DRT 3847/SC)
Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR
MENSAGEM DO EVANGELHO
Neste, 1º Domingo do Tempo do Advento, o Evangelho de Marcos
13,33-37, mostra que antes da Paixão de Jesus, Marcos apresenta um
longo discurso escatológico de Jesus que fala sobre os últimos
acontecimentos. Com isso, não quer assustar os fiéis, ou apresentar
dados históricos e revelações sobre o futuro, mas educá-los a viver o
presente em contínuo estado de vigilância. Como não sabem os tempos
dos acontecimentos salvíficos, devem estar sempre em prontidão. Não é
que Deus quer tomar de surpresa os seus escolhidos, mas Ele não quer,
ocupando-se de outras coisas, eles se esqueçam de vigiar e assim serem
pegos de surpresa. O texto inicia com uma forte chamada de atenção que
deve ter soado como um aviso aos ouvidos dos discípulos missionários
de Jesus. Alguns biblistas traduzem por “vigiai” em vez de “ficai
atentos”, assim o início teria o mesmo tom do final do discurso. Jesus
entregará sua vida na cruz e, especialmente no sofrimento, seus
seguidores precisam manter uma esperança vigilante. Jesus conta a
parábola do homem que partiu em viagem deixou a casa e, ao retornar,
espera encontrar tudo como deixou, em perfeita ordem. O interessante é
que a tarefa não foi confiada exclusivamente ao porteiro, mas a
responsabilidade é de todos os servos. Marcos divide os tempos da
noite em quatro turnos, seguindo um costume do exercício romano: à
tarde, à noite, de madrugada ou ao amanhecer, diferente de Lucas 12,38
que divide em três turnos, como era o costume palestinense. Este
pequeno detalhe pode estar indicando o ambiente onde nasceu o
Evangelho. Mas não há distinção entre estes turnos. Qualquer um deles
pode ser o momento do retorno do senhor da casa. Não é só o porteiro
que deve estar vigiando. O verbo está no plural, todos devem estar
constantemente em vigília para não serem surpreendidos. O verbo vigiar
no imperativo é repetido duas vezes. Jesus exorta a manter-se sempre
em estado de espera. Pode ser que o dono chegue de improviso, antes da
hora, em um momento inesperado. Pode acontecer que ele demore e chegue
quando já não se espere mais por ele. Não se pode esmorecer, mas
vigiar e vigiar constantemente. Estamos iniciando o período do
Advento, aquilo que há de vir. É tempo de espera e de esperança. Como
o Profeta, nós devemos reconhecer a nossa fragilidade e buscar a
reconciliação com Deus. Ao mesmo tempo, precisamos reconhecer a
grandeza de nosso Deus e tudo o que Ele já fez por nós. Advento é
tempo de espera do Messias, que quer nascer dentro de nós, nas nossas
casas, na nossa comunidade, na nossa Igreja e no nosso mundo. É tempo
de vigiar e esperar. Algo novo está para acontecer! Seja fiel, ofereça
o Dízimo!