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Padre Antônio Taliari

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Padre Antônio Taliari

Jornalista (DRT 3847/SC)

Missionário em Rondônia, estudando em Curitiba/PR


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33º Domingo do Tempo Comum - MENSAGEM DO EVANGELHO

Domingo, 19 de novembro de 2017

 

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  Neste, 33º Domingo do Tempo Comum, o Evangelho de Mateus 25,14-30, no contexto do seu discurso escatológico, depois de escutar a necessidade de uma espera vigilante e bem preparada, conhecemos outra passagem que ensina sobre o comportamento diante do Juízo Final.

A espera representada pelas dez virgens deve ser feita com grande responsabilidade diante dos dons recebidos. Este é um texto muito conhecido e bastante usado em nossas comunidades. À luz dos textos anteriores, podemos rapidamente identificar o homem que vai para o estrangeiro e não se sabe quando volta como Jesus que vai ao Pai e seus discípulos missionários tampouco sabem quando regressará. Essa mesma conexão faziam as primeiras comunidades cristãs ao ler esta parábola.

Jesus havia “partido para longe” estava na glória do Pai e as comunidades primitivas tinham muita expectativa que seu retorno fosse imediato. O talento era uma unidade de medida na época, como se fosse um peso padronizado, representando aproximadamente 35 kg de algum metal. O texto não fala se era ouro, prata ou outro metal. Os talentos na passagem não são qualidades ou bens a multiplicar. Simbolizam o mesmo “óleo” das lâmpadas das jovens no trecho precedente, que não é senão o amor aos pobres do trecho seguinte. O  “talento” é o amor que o Pai tem por mim que precisa multiplicar-se em minha resposta de amor aos irmãos. Não se trata de um patrão severo que olha com desdém para alguns de seus servos. É um patrão misericordioso, que distribui seus bens respeitando a capacidade que cada um tem, agindo de maneira coerente e cuidadosa. Certamente é a imagem do Juízo Final, quando cada um apresentaria diante de Deus o fruto de seus esforços.

Tanto o primeiro como o segundo funcionários  usam suas capacidades para multiplica os talentos. Esforçam-se para entregar para o patrão mais do que receberam. Não importa quanto dinheiro foi recebido e quanto foi produzido. Os dois servos receberam a mesma promessa e o mesmo “salário”. Ambos estarão unidos ao seu senhor. Na última prestação de contas, há uma acusação dolorosa: o homem tira a atenção das suas obras para desvirtuar a natureza do patrão. Quer justificar sua falta de frutos tentando culpar o seu senhor, como se fosse um homem ruim e que cobra mais do que os homens podem dar. Mas no começo da história, já fica claro que ninguém recebe mais peso do que pode carregar. O terceiro não é obediente! Não é que o patrão tivesse dado ordens concretas de como usar os talentos. Mais o leitor de Mateus sabe que nenhuma espera pode ser passiva: os frutos
são condição essencial para viver com Jesus. O castigo é duro para aquele que não dá frutos. A parábola era uma grande condenação aos fariseus, que se vangloriavam pelo que haviam recebido de Deus e acabavam desvirtuando a imagem do Senhor para os mais pequenos. A parábola dos talentos mostra que o Reino dos Céus não é conquistado com discursos bem elaborados ou justificativas desenhadas com cuidados, mas com atitudes que multiplicam os bens recebidos de Deus. 

Este texto nos ensina que vigilância não é ócio, nem inércia, mas prontidão e ação. Não podemos nos enganar com a imagem do segurança de banco ou do vigia noturno: parece não fazer nada, mas estão atentos. Parecem inertes, mas observam todos os movimentos e, ao menor alarme, partem para a ação, a vigilância vira operação. Quem não investe o
talento, perde; quem não ama, não vive. O medo é péssimo conselheiro. Ao invés de conduzir-nos à glória, empurra-nos para as trevas, ao invés de dar-nos a confiança para entrar no amor do Pai, nos faz correr para fora, para longe dele.

Vale a pena desvencilhar-se do medo e lançar-se a uma espera ativa de Jesus, lutando para espalhar o bem. 

Seja fiel, ofereça o Dízimo!

 



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