Foto: Salmo Duarte / Agencia RBS
A estratégia do governo Colombo para aprovar o pedido de financiamento de R$ 1,5 bilhão na Assembleia Legislativa foi muito clara e eficiente. Os deputados da base, com apoio de setores da oposição, teriam a aprovação da PEC que garante 1% da receita líquida do Estado só para emendas parlamentares individuais – fato inédito na historia do Parlamento. E a maioria referendou o empréstimo bilionário.
Não foi apenas um "cheque em branco", como analisou o colega Upiara Boschi. Foi um inédito salto no escuro. Exceção nas intervenções, o deputado João Amin (PP) se insurgiu contra a patrola do Executivo, rejeitando todas as emendas. Refugou até a do deputado Valdir Cobalchini (PMDB), que destinava 25% do empréstimo, prioritariamente, para recuperação das rodovias estaduais em situação calamitosa. Ou a do próprio Amin, também priorizando os municípios que nos últimos três anos tiveram calamidade pública. Ou, ainda, da deputada Luciane Carminatti, para as carências dramáticas da educação.
Discussão real sobre a destinação dos R$ 800 milhões do financiamento, além dos R$ 700 milhões do Fundam 2, não houve na Assembleia. Se perguntarem qual o planejamento objetivo, quais as obras e serviços mais relevantes serão alcançadas pelo empréstimo, não se terá resposta.
Prefeitos, vices e deputados já celebram. Com as finanças falidas, terão reforço financeiro nos próximos meses de milhões e milhões de reais para projetos de varejo. Nada de visão macroeconômica, ataque às prioridades de restauração das estradas, de saúde, de segurança etc..
Coube a Fernando Coruja (PMDB) dar outro tiro mortal. Financiamento em fim de governo? E viva o Fundam Eleitoral.