Os ônibus da empresa Nossa Senhora da Glória não circulam em Blumenau, no Vale do Itajaí, nesta segunda-feira (9). A paralisação foi confirmada pelo Sindicato dos Empregados nas Empresas Permissionárias no Transporte Coletivo Urbano de Blumenau (Sindetranscol) no domingo (8).
Cerca de 200 trabalhadores estavam concentrados em frente à empresa no bairro Itoupava Norte no início da manhã.
Uma assembleia está marcada para as 15h, a fim de definir as ações do movimento para esta terça-feira (10).
A empresa é responsável por 66% da frota de transporte público de Blumenau. De acordo com o sindicato, o pagamento dos trabalhadores não foi efetuado até a data prevista no ACT 2014/15, que era 7 de novembro, até as 14h. Segundo o sindicato cerca de 110 mil pessoas usam o transporte coletivo em Blumenau.
Este é o quarto mês que motoristas e cobradores fazem este tipo de manifestação por causa dos salários atrasados. O mesmo movimento ocorreu em julho, agosto e setembro.
A empresa Nossa Senhora da Glória foi procurada pela reportagem do G1, mas até o fechamento desta matéria não deu uma posição sobre o caso.

domingo (8) (Foto: Jaime Batista/Divulgação)
Intervenção da Prefeitura
A Prefeitura de Blumenau, por meio de decreto, fez uma intervenção no Consórcio Siga, responsável pela operação do transporte coletivo na cidade, e na empresa Nossa Senhora da Glória.
O decreto, publicado neste domingo (8), significa que a administração municipal passa a fazer a gestão do consórcio e da empresa. Segundo a Secretaria de Comunicação Social de Blumenau, o objetivo é verificar a atualsituação das duas instituições e buscar falhas ou irregularidades.
Representantes do sindicato da categoria dão auxílio ao interventor nomeado pela prefeitura para fazer a gestão da empresa por 90 dias, prorrogáveis pelo mesmo tempo, segundo a assessoria de comunicação da prefeitura. O consórcio também recebeu um interventor normeado pela prefeitura.
"Decidimos aguardar o levantamento iniciado pela prefeitura nas contas da empresa e do consórcio para definir as estratégias do movimento. Este trabalho do interventor deve indicar quanto a empresa e o consórcio têm em conta ou quanto falta para pagar nossos salários. Os funcionários das outras duas empresas têm recebido regularmente e a Glória, a maior delas, com 850 funcionários, tem tido atraso de salários" diz o presidente do Sindetranscol Ari Gernet.
A expectativa da administração municipal é normatizar a gestão. A ideia é evitar que a situação se agrave e a saída seja a extinção do contrato com o consórcio, pois uma nova contratação demandaria tempo e o serviço poderia ser prejudicado nesse período.