O Brasil tem mostrado clara fraqueza econômica mas ainda está em melhor forma do que países que perderam recentemente o grau de investimento, disse o analista da Moody's Investors Service Mauro Leos nesta terça-feira (22).

Leos afirmou em um evento em Nova York que a Moody's espera que a recessão no país se prolongue até o próximo ano.
Após 2017, "existe uma chance" de o Brasil se estabilizar com crescimento de cerca de 2% e superávit primário em torno de 2% do PIB, disse ele na conferência organizada pelo Conselho das Américas.
Isso poderia marcar o surgimento de um "Brasil diferente, esperançosamente um Brasil mais estável, mesmo com crescimento menor", disse Leos.
Seus comentários vêm duas semanas depois após a Standard & Poor's rebaixar o Brasil e retirar seu grau de investimento, pondo os investidores em alerta para um segundo movimento, potencialmente mais danoso, de outra agência.
O Brasil ainda possui grau de investimento pelas outras duas agências de risco internacionais, a Ficth e a Moody's.
O receio de que o país perdesse o grau de investimento – espécie de selo de bom pagador e "porto seguro" para investidores – influenciou a tendência de alta do dólar e de queda da Bovespa nos últimos meses.
O que é o grau de investimento?
É uma espécie de selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de risco que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local. O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s em 2008. Em 2009, conquistou a classificação pela Moody’s.