Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta
CRP 12/07911
Nos últimos desejos...
Voltaria aos primeiros beijos. Aos lábios convulsivos do infinito imortal dos meus sonhos. Últimos desejos... Da tua boca emudecida, da minha boca umedecida. Dos nossos ensejos.
Construiria castelos de almas, castelos de areia, castelos constelares de almas estremecidas de florescências.
Nos últimos desejos... Retornaria à infância. À idade das máscaras que caem em ânsia.
Ao tempo em que se encerra a farsa.
Tornaria ao mundo negro e silencioso e inacabado antes de todos os outros seres. Voltaria a te encontrar minha querida mãe, meu querido pai, meus queridos irmãos, no horizonte da felicidade, nas flores brotadas dos vossos olhos de leito. Procuraria vossos braços infinitamente em mundos inacessíveis.
Nos últimos desejos... Abriria as portas dos grandes mistérios de enganos... E viveria os vivos anos.
Nadaria em oceanos. Nos rudes oceanos dos teus olhos de lágrimas turbulentas e ficaria apaixonadamente à deriva... Meu amor.
Nos últimos desejos... Regressaria somente ao meu último desejo...
Esperança de poder reencontrar aqueles que perdi e perderei pelos golpes da vida, pelo beijo da morte.
Um último desejo.
Porque as demais coisas desaparecerão em silêncio das minhas lembranças.