Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta
CRP 12/07911
Já fazia algum tempo que não juntávamos todos os amigos. Então, para selar um encontro e matarmos a saudade de todos aqueles bons companheiros, combinamos passarmos um final de semana em um local muito tranquilo, com espaço para os filhos brincarem, as esposas poderem tomar banhos de piscina e os homens assarem uma carne e tomarem uma cerveja bem gelada.
Lá pelas tantas, enquanto brincávamos com as crianças jogando futebol, um dos amigos, e, diga-se de passagem, já transpunha dos trinta anos, caiu na grama após um lance onde as pernas não acompanham o cérebro. Uma das crianças que lá estava e que era filho de outro amigo perguntou àquele que estava estatelado:
- Tio, o senhor tem um buraco na cabeça - referindo-se a falta de cabelos naquela região - Isso dói?
Olhei para meu amigo durante algum tempo só para saber qual seria a sua resposta. Ao olhar dramaticamente para o garoto respondeu:
- Não fisicamente.
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Um é pouco, dois é bom, três...
Maria Eduarda é a minha sobrinha que recentemente completou seus quatro meses. Conversando com meu irmão, ele falava do tão gratificante que era ser pai. Mas comentava também de todas as noites mal dormidas por conta das cólicas da pequena e a espécie de um trabalho de frete ou mudança que ele teria que fazer toda vez que iria sair com a Maria. Era carrinho, fraudinha, babador, lenço umedecido, segunda roupa, pomada para evitar assadura... Enfim, uma série de coisas que por ventura, às vezes uma dessas ficavam esquecidas.
Comentei com meu irmão, que um conhecido queria ter mais de um filho, já que o primogênito estava com cinco anos, mas tentara e o casal nada de engravidar, isso durante dois anos quando o primeiro ainda tinha três.
Até que chegou a notícia do médico!
- Vocês estão grávidos...
O casal sorriu, e talvez imaginassem uma menina, para formar um casal e o irmão mais velho cuidar da princesinha.
- De trigêmeos... - completou o médico.
E assim como meu irmão que ainda se esquece de pegar todas as coisinhas da Dudinha... O conhecido, pai dos três iguais, e, diga-se de passagem, que os três são meninos, também se esquece de alguns detalhes apesar dos garotos já estarem com três anos, como por exemplo, na saída do banho um dos guris fala à mãe com aqueles olhinhos brilhantes:
- Mamãe, o papai hoje me deu dois banhos!
Em suma, um dos pequenos ainda continuava sujo.