Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta
CRP 12/07911
Domingo no sofá. Um refrigerante para ajudar na digestão. Está calor demais...O sol – diz Pedro Henrique – O sol até parece que são dois sóis... – resmunga pelo fato do calor que faz nesse começo de 2014. Janice sentada ao lado passa o copo suado do refrigerante pela testa... Ai que delícia – fala de olhos fechados num prazer quase orgástico.
– Acho que o amor é isso... Um copo gelado de refrigerante!
Pedro Henrique completa a frase da sua esposa:
– Logo depois do refrigerante o amor se transforma em celulite.
Janice ri e diz:
– Afinal o que é o amor? Será que o amor é uma amidalite?
– Acho que está mais para uma sinusite.
– Será Pedro? Pode ser uma apendicite?
– Não, não... O amor é uma bronquite!
– Tendinite!
– Uma espondilite?
– Com certeza uma gastrite!
– Bursite. Sem a bursite não há amor.
– Cistite misturada com rinite.
– Talvez uma conjuntivite?
– Sei lá Pedro... Acho que o amor é uma labirintite?
– Acho que tu tens razão Janice, o amor é algo que nos faz perder o equilíbrio ou é um tipo de labirinto.
– Pois então... O amor.
– Apetite?
– O que Pedro?
– Apetite?
– Acabamos de almoçar Pedro!
– Apetite de você.
– Uhmmm.... Cansou de falar de amor?
– Sim. Chega de falar. Vamos fazê-lo.
Dois copos com a metade do refrigerante suavam na mesinha lateral. Afrodite. Dois corpos suavam no sofá. É Janeiro. E o calor que faz é igual a dois sóis.