Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta
CRP 12/07911
Há um momento em que os olhos precisam sossegar e o coração cessar para que a busca da experiência interna seja uma expressão indelével, sem interferências e, nesse átimo, ocorre o encontro de tudo o que é gerador de significado, das perdas em partes do real e a transitoriedade da realidade.
Adensar as palavras ao máximo, para o máximo de significação levada à maior concentração possível de sentido. Fazer sentir... É o que a poesia e a psicologia fazem... Ver o homem às avessas... Retornar ao sujeito no qual o assunto se converteu em outro. Retornar ao poeta/psicólogo para não ser apenas um “caso” rimado ou um padecido em verso. Às avessas, para tornar o homem mais real que a realidade, mais vital que a vida.
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POST MORTEM
Quando do amor das Formas inefáveis
No teu sangue apagar-se a imensa chama,
Quando os brilhos estranhos e variáveis
Esmorecerem nos troféus da fama.
Quando as níveas Estrelas invioláveis,
Doce velário que um luar derrama,
Nas clareiras azuis ilimitáveis
Clamarem tudo o que teu Verso clama.
Já terás para os báratros descido,
Nos cilícios da Morte revestido,
Pés e faces e mãos e olhos gelados...
Mas os teus Sonhos e Visões e Poemas
Pelo alto ficarão de eras supremas
Nos relevos do Sol eternizados.
(Cruz e Sousa. Broquéis)
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“O psicótico diz que dois e dois são cinco; o neurótico sabe que dois e dois são quatro, mas o fato o revolta.” (Gordon Gammack)