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Michell Foitte

michell_foittehotmail.com

Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta

CRP 12/07911


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Alguém capaz de voar

Segunda, 11 de novembro de 2013

 

Trocamos olhares. Esse foi o primeiro contato aparentemente sem pretensão. Olhares disfarçados. Bobagem, então? Obvio que não! Os olhos falam. Sim. E desculpe-me a expressão, mas ela é... Atraente. Até o simples jeito com que ela prende seu cabelo castanho e liso deixando à mostra a parte de trás de seu pescoço... Ufa, é de arrepiar.

Quando ela me deu uma chance para conhecê-la?

Isso não foi tão fácil assim. Não se deu de uma hora para outra... Coisa de mulher... Ser durona para depois dizer um sim.

Mas continuando... Eu a via todas as manhãs sair bem cedo de sua casa para caminhar. E ela levava uma pequena bolsa colorida. Dessas bolsas que se carrega para ir para a praia, feita de palha. E o detalhe mais importante! Ela sempre saia sozinha.

Foi então que comecei aderir à prática da caminhada também. Confesso que essa ideia de princípio em nada me agradou... Caminhar. Mas negociei com meu corpo e entramos em comum acordo. Porém, não dava para sair assim... Tipo... No mesmo instante que ela. Então, quando ela dobrava a esquina lá ia eu...

Quando ela fazia menção em olhar para trás eu tentava me camuflar nos postes, atrás dos troncos das árvores, cruzando as ruas. Acho que ela já havia suspeitado e até achava graça, contudo, ela não atenuava o passo.

E todos os dias eu diminuía a distância entre nós. Mesmo que por vezes estivesse fazendo quase que uma marcha atlética.

Mas em algum lugar ela desaparecia... Assim... Do nada.  E eu voltava para casa.

Até que um dia pensei... É hoje. E saí antes dela dobrar a esquina. Passos largos e volumosos. Sentia-me um atleta. Está bem... Não vou exagerar... Apenas um amador. E quando estava a uns dois metros atrás ela se virou. Pensei... Agora ferrou! Mas ela simplesmente perguntou se eu gostaria de acompanhá-la? Sim eu disse. E descobri onde ela desaparecia. Era numa academia de natação. Ela falou que adorava a sensação de flutuar na água. Era como um sonho possível em se poder voar.

Voava eu em poder estar ali com ela e ouvi-la falar. Rimos quando contei que comecei a caminhar por causa dela. E depois ela confessou que desconfiava das minhas intenções... Era o sim tão difícil de dizer.

E para você ter uma ideia, atualmente, estou fazendo natação... É isso mesmo... Com ela.

Começamos a namorar, oficialmente, um mês após nossa primeira conversa, e selamos o nosso compromisso com essas palavras: Quando tivermos 70 anos, deveríamos nos encontrar nessa mesma piscina, para podermos voar.

E isso aconteceu a poucos dias, pois, quando começamos a namorar estávamos ambos com sessenta e nove.



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