
A esposa de Jean Carlos Decker, encontrado morto em casa em Biguaçu, na Grande Florianópolis, no começo de agosto, escreveu uma carta a familiares em que diz que o amante dela e um comparsa mataram o marido. De acordo com o delegado responsável pelo caso, ela e o amante continuam presos temporariamente.

quarta (Foto: Reprodução/Facebook)
No dia 7 de agosto, o coordenador de informática da Band Santa Catarina foi encontrado morto com um tiro na cabeça e teve a moto roubada. No dia 26, a esposa dele foi presa temporariamente suspeita de envolvimento na morte. Cinco dias depois, o amante dela também foi preso pelo mesmo motivo.
Segundo o delegado Nilton César da Silva, a esposa escreveu a carta após a prisão do amante. Na mensagem, destinada aos familiares da mulher, ela diz não ter envolvimento na morte do marido e que o amante e um comparsa teriam realizado o homicídio. Além disso, a mulher escreveu que se sentia ameaçada pelo suspeito e temia pela vida dos dois filhos.
Ainda sobre o amante, a esposa disse na mensagem que ele seria um homem perigoso, envolvido com drogas no Rio de Janeiro e que queria se afastar dele. Conforme o delegado, a mulher também escreveu que no dia 6 de agosto saiu com o marido para comemorar o aniversário dele, no dia seguinte foi trabalhar e, quando voltou, encontrou Jean morto. Ela também escreveu que o amante teria confessado o crime a ela no dia 8 de agosto.
A carta foi escrita na delegacia de Antônio Carlos, na Grande Florianópolis, onde a suspeita continua presa temporariamente. A mensagem chegou aos familiares e uma cópia foi tirada e anexada ao inquérito policial, informou o delegado. O amante está preso na delegacia de Biguaçu.
Para o delegado, a carta deve ser vista com ressalva, já que a mulher não se dispôs a dar depoimento após ser presa. A mensagem evitaria que ela entrasse em contradição: "na carta, tu colocas aquilo que é de interesse teu, sem pergunta do delegado", afirmou Nilton César. Para ele, a suspeita foi orientada a escrever a carta e sabia que uma cópia chegaria à polícia.
Após a morte da vítima, a esposa prestou depoimento. Segundo o delegado, na ocasião ela disse que se tratava de um crime de latrocínio, roubo seguido de morte, possibilidade já descartada pela polícia. Depois de ser presa, a mulher não quis prestar depoimento.
O inquérito deve ser concluído entre os dias 17 e 18 de setembro e entregue ao fórum. O próximo passo da investigação está relacionado a análise de ligações e mensagens telefônicas, de acordo com o delegado.