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Michell Foitte

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Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta

CRP 12/07911


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Sob a seringueira (A Dayane Michalewics)

Terça, 27 de novembro de 2012

Sob a seringueira (A Dayane Michalewics)

O vento morno primaveril meneava os ramalhos verdes da sobeja seringueira. Meneava os cabelos dourados que ora escondiam aqueles olhos verdes, olhos de verão, olhos de uma profundidade oceânica.

Sob a seringueira que acolhia nossos corpos e nossas confidências de planos e sonhos, misturados ao riso e a vontade de nossas bocas se misturarem...

De repente me dei conta que na noite anterior havia adormecido menino, e, ao acordar diante dessa mulher de segredos e encantos ilimitáveis, diante dela eu me tornei um homem.

Enquanto ela falava, a lua e o céu se escondiam por de trás de uma manta negra de nuvens asfálticas... E nem por isso as estrelas deixaram de existir. Ela dizia coisas que faziam as palavras saírem macias por entre seus dentes. Ela dizia “sou do signo de câncer”. E a vontade de tê-la em meus lábios me corroía como um câncer mal curado.

Algumas folhas desciam da copa da árvore, caiam no chão desértico e se amontoavam próximos ao rastro deixado por nossos passos. Já era noite e a lua reapareceu sobre a seringueira que formava uma imensa sombra que nos abraçava. Aproximamos-nos lentamente. A sombra dos olhos dela ressaltava ainda mais aqueles olhos de verdades flamejantes.

Se pudesse, arrancaria os meus olhos e os colocaria no lugar dos olhos dela, e colocaria os olhos dela no lugar dos meus, assim, eu veria como ela me via e ela me veria como eu a via. Veríamos nossos mundos pelos olhos um do outro.

Mas nada disso foi preciso, porque a noite era por si só preciosa.

O vento continuava remexendo seus cabelos. Remexia os nossos sentimentos. E, à medida que nos aproximávamos nossos olhos se aproximavam. Os verdes olhos dela eram diferentes de um longínquo horizonte que, quanto mais se aproximam dele, mais ele se afasta... Fugidio horizonte. Os olhos dela eram sereias em cada pupila. Eram convites para se mergulhar apaixonado.

Quantas primaveras, verões, outonos, invernos foram precisos, quantas noites, dias, chuvas, sol, foram necessários para que a seringueira pudesse crescer e nos acolher sob suas ramadas verdejantes, quanto tempo ela permaneceu por lá, para que um dia as nossas bocas pudessem se beijar por alguns minutos, minutos eternos?



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