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Michell Foitte

michell_foittehotmail.com

Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta

CRP 12/07911


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A morte, a taxa e o imposto

Quarta, 24 de outubro de 2012

A morte, a taxa e o imposto

Existiu uma época em que a morte era a senhora da onipotência, e ela sabia que aos seus olhos todos os seres humanos eram intransferíveis. Bem que as pessoas sempre tentaram burlá-la de todas as formas possíveis: “Senhora morte, vamos conversar um pouco mais, talvez o seu relatório esteja enganado, quem sabe esse Aroldo que está aí em sua lista não seja eu...”. “Pelo amor de meus filhos e da minha esposa, eu prometo que nunca mais fornicarei com rapazes escoceses novamente, juro que foi por causa das tranças loiras e do Kilt rendado que ele usava...”. “... Será que não poderíamos fazer um acordo, no meu lugar você levaria a minha sogra, e lhe dou estes vinte camelos?...”.

Mas no final não havia jeito de escapar, pois a morte era irredutível.

Com o passar do tempo, a morte começou a ficar enfadada com seu ofício, já que era tudo muito igual: eram guerreiros empalados que agonizavam algumas horas antes do derradeiro final, eram cabeças que rolavam da guilhotina, eram mulheres que eram queimadas vivas depois de terem feito chás medicinais, as naus que afundavam e todos os tripulantes comidos por tubarões.

A morte já estava cheia dessa vida. Até o momento em que descobriram terras novas, um novo continente, isso lá nos anos de 1.500 depois de Cristo.  Mais que ligeiro ela fez as malas e se mudou para esse novo lugar, que mais tarde ficaria sendo conhecido como Brasil. Porém, não poderia chegar nesse lugar com os velhos métodos, era preciso inovar, matar rapidamente e sem sofrimento eram coisas que todas as mortes sabiam fazer, então ela pensou, pensou... E na sua elaboração mental, criou novos instrumentos para os seus afazeres, denominados “Taxas e impostos”.

A morte chegou à maior colônia que havia no Brasil à época e disse para o governador local: “Vou precisar fazer um test death (prova dos nove de morte) para ver se meus novos instrumentos são realmente eficazes”. O governador local nem pestanejou, mas, em contrapartida, disse que só poderia liberar caso não fosse escolhido para tal projeto. A morte abriu uma exceção e disse: “Vou lançar a taxa e os impostos somente para 1.000 pessoas, e depois farei a analise dos resultados”.

Passado alguns dias a morte retornou para ver como estava a colônia, no que encontrou pelo caminho o governador local desesperado: “Morte, você prometeu que apenas 1.000 pessoas sofreriam com a taxa e o imposto, mas acontece que morreram 10.000!”. E a morte, não sabendo o que aconteceu, perguntou: “E as outras 9.000 morreram do quê?”. E o governador local: “2.000 pessoas morreram de tanto rir e as outras 7.000 morreram de vergonha de morar num país como esse”.

E a morte sorriu discretamente, soube que havia criado uma técnica infalível e indelével de matar aos poucos



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