Fazer o bem sem ver a quem
A campanha lançada pelo Hospital e Maternidade Sagrada Família merece uma reflexão. Doar órgãos é, de fato, um gesto de amor. O assunto, ainda tratado como tabu em determinadas rodas de discussões, ganha vertentes maiores quando lembramos que um gesto como este, focando na campanha de doação de córneas, pode significar a diferença entre não enxergar e passar a enxergar novamente. Assim, pode-se dizer, trata-se do prolongamento da vida do próprio doador e, muitas vezes, de uma vida nova para quem recebeu a doação. “Fazer o bem sem ver a quem” ganha outra dimensão e outra força quando sabemos que as córneas beneficiam pessoas que, muitas vezes, as famílias dos doadores sequer conhecem.
É muito importante sensibilizar a conscientizar a população quanto à doação. O interessado deve avisar à sua família sobre sua vontade. As famílias – que autorizam ou não o procedimento – devem respeitar a vontade do doador, que, evidentemente, ainda em vida demonstrou uma grandeza incomensurável ao prontificar-se a tal gesto. Não resta dúvida que familiares de alguém que deixa esta vida terrena sentem saudade, mas uma forma de aliviar esta dor é ver que um pedaço desta pessoa, de alguma forma, pode ajudar – e muito! – a vida de outra pessoa, dando sentido mais profundo à frase “amar ao próximo”.