Uma das principais razões para o abandono escolar é a necessidade de trabalhar, tanto para os homens quanto para as mulheres. Quase 52 milhões de jovens entre 14 e 29 anos no Brasil não concluíram o ensino médio, segundo o IBGE. Entre as mulheres, a gravidez e a falta de interesse nos estudos aparecem como razões para interromper a educação.
Os dados foram discutidos durante um evento de apresentação do modelo de Educação de Jovens e Adultos (EJA) adotado pelo Sesi. Especialistas e parlamentares participaram do debate, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. O modelo, iniciado em escolas da rede como uma experiência, já teve mais de 200 mil matrículas, alcançando uma taxa de conclusão de 72% – a média da rede pública é 30%.
Para a conselheira do Conselho Nacional de Educação Suely Menezes, que acompanha o trabalho do Sesi na EJA, o programa tem um diferencial importante. “Uma das principais inovações é a certificação das competências, é olhar o indivíduo pelo que ele é e conseguiu acumular ao longo da vida e não como se ele fosse uma régua zerada. Essa é a grande questão da certificação de saberes desse curso, da nova EJA.”
Suely Menezes diz que o Sesi é um dos institutos que sai à frente desenvolvendo tecnologias e metodologias capazes de facilitar e organizar a proposta de certificação de saberes, ao olhar de forma particularizada para cada indivíduo, levando em consideração as peculiaridades de cada região.
Seis anos depois da implementação da Nova Educação de Jovens e Adultos (EJA), o Sesi planeja expandir o programa por meio de parcerias. Segundo a entidade, a proposta vai além de simplesmente atrair os brasileiros maiores de 18 anos que não finalizaram a educação básica e não frequentam a escola. A ideia é garantir um formato e conteúdo que motivem os alunos a concluírem os estudos.
Participante do evento, o deputado Rafael Brito (MDB-AL), vice-presidente da Comissão de Educação, elogiou a metodologia. O parlamentar conta que teve contato com o Sesi durante o período em que foi secretário de Educação de Alagoas.
“O que eu tenho para falar de parceria com o Sistema S, da minha experiência própria, é a melhor coisa possível. O curso é sempre da melhor forma, o conteúdo é sempre o que é necessário, o material didático, a infraestrurtura. Então, o quanto mais vocês puderem firmar parcerias para que a EJA possa ser aprimorada e melhorada através do Sistema S, vocês podem ter certeza que vocês vão estar fazendo para o estado de vocês, o município de vocês, será um grande ganho para todo mundo."
“Espero que, no futuro, a gente possa discutir menos EJA”, disse o parlamentar no evento. “Teremos que ter EJA pra sempre, para o caso de um brasileiro que precise parar de estudar tenha acolhimento no futuro através do programa. Mas a minha esperança é que a gente possa fortalecer a educação básica e o ensino médio de tal forma que possamos diminuir a necessidade que temos hoje do EJA”, finalizou.
Fonte: Brasil 61