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O vício de linguagem é muito comum na comunicação humana, caracterizado pelo uso repetitivo de certas palavras, expressões ou padrões linguísticos. Esses vícios podem prejudicar a clareza e a eficácia da comunicação, tornando-a menos compreensível e, em alguns casos, até mesmo irritante para os ouvintes ou leitores. No entanto, com consciência e esforço, é possível evitá-los e melhorar a qualidade da sua comunicação.
Todo mundo conhece alguém que coloca milhares de “Tipo”, “Né?”, “Cara” no meio de cada frase. E se você também se incomoda com essa mania, já está a meio caminho de entender como um vício de linguagem é uma barreira na comunicação de qualquer pessoa.
A especialista em comunicação e fonoaudióloga Mirna Abou Rafée cita alguns exemplos comuns de vícios de linguagem:
1. Clichês: são expressões ou ideias desgastadas pelo uso excessivo, que perdem sua originalidade, impacto e podem tornar a comunicação previsível e sem graça. Exemplos incluem "mais vale tarde do que nunca", “bater na mesma tecla”, “a última bolacha do pacote” ou "a última gota d'água".
2. Repetições desnecessárias: ocorrem quando palavras ou frases são repetidas sem necessidade, enfraquecendo o texto. Por exemplo, "subir para cima" ou "repetir novamente".
3. Gerundismo: é o uso excessivo do gerúndio, forma verbal terminada em -ndo, em situações em que seria mais adequado usar o infinitivo. Exemplo: "Vamos estar analisando o relatório" em vez de "Vamos analisar o relatório".
4. Pleonasmo vicioso: ocorre quando se utiliza uma palavra ou expressão desnecessária para transmitir uma ideia que já está implícita. Exemplo: "sair para fora" ou "entrar para dentro".
5. Modismos e gírias excessivas: o uso excessivo de termos e expressões da moda ou gírias pode prejudicar a clareza e a compreensão da mensagem, especialmente em contextos formais.
6. Prolixidade: ocorre quando o texto é excessivamente longo, com muitas palavras e informações desnecessárias, dificultando a compreensão e tornando a leitura cansativa.
7. Falta de concisão: é o oposto da prolixidade, em que a mensagem é transmitida de forma muito sucinta, deixando de fornecer detalhes importantes ou explicação adequada.
8. Ambiguidade: ocorre quando uma expressão ou frase pode ter mais de um significado, levando a interpretações diferentes. Isso pode ser causado por falta de clareza na escolha das palavras ou na estrutura da frase.
9. Excesso de jargão: o uso excessivo de termos técnicos ou jargões pode dificultar a compreensão do texto para aqueles que não estão familiarizados com o vocabulário específico. É importante adaptar a linguagem ao público-alvo e evitar o uso desnecessário de termos complexos.
10. Palavras de enchimento: Incluir palavras como “tipo”, “então”, “bom”, ou “né” em excesso, sem uma função específica na frase, pode tornar o discurso cansativo.
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Para evitar o vício de linguagem e aprimorar sua comunicação, Mirna Abou Rafée cita algumas dicas úteis:
Conscientize-se dos seus vícios: O primeiro passo é reconhecer quais são os vícios de linguagem que você tende a utilizar com mais frequência. Pode ser o uso excessivo de certas palavras, expressões vazias ou repetições desnecessárias. Fique atento aos seus padrões de fala e escrita.
Use pausas: Durante uma apresentação, também é importante fazer pausas para pensar antes de falar. Assim, você evita usar palavras de enchimento, garantindo mais fluidez e clareza à sua comunicação. Pratique a concisão: Muitos vícios de linguagem estão relacionados à falta de concisão e à redundância. Procure expressar suas ideias de forma clara e objetiva, evitando o uso de palavras ou expressões desnecessárias. Faça uma revisão cuidadosa do seu texto ou discurso para eliminar qualquer repetição ou informação irrelevante.
Ouça atentamente: Ao conversar com outras pessoas, preste atenção aos vícios de linguagem que elas utilizam. Isso ajudará você a reconhecer esses padrões e a evitar adotá-los em sua própria comunicação. Além disso, ouvir atentamente os outros também é uma forma de demonstrar respeito e empatia na comunicação.
Pratique a comunicação consciente: Sempre que estiver se comunicando, seja oralmente ou por escrito, esteja consciente das palavras e expressões que você está utilizando. Pense antes de falar ou escrever, buscando expressar-se de forma mais clara, original e precisa. Evite recorrer a clichês ou expressões vazias que não agregam valor à sua mensagem.
Peça feedback: Peça a amigos, colegas ou profissionais de confiança que avaliem sua comunicação e apontem possíveis vícios de linguagem que você possa ter. O feedback construtivo pode ajudá-lo a identificar áreas de melhoria e aperfeiçoar sua comunicação.
Dedicar tempo e esforço para identificar e superar vícios de linguagem pode melhorar significativamente sua capacidade de se expressar com clareza e impacto. Mirna Abou Rafée conclui lembrando, que a prática constante e a conscientização são fundamentais para superar os vícios de linguagem. Com o tempo, você poderá desenvolver uma comunicação mais clara, impactante e livre dessas barreiras.
Mais sobre Mirna Abou Rafée: Idealizadora da Yutter, Mirna Abou Rafée é tagarela por vocação e apaixonada por comunicação. Acredita que tão importante quanto o que se diz é como se diz. Defende que uma comunicação autêntica e bem desenvolvida faz você sair na frente e garantir um lugar de destaque, seja onde for. Afinal, uma boa fala tem o poder de valorizar qualquer discurso. Fonoaudióloga formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Especialista em voz pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia com duas pós-graduações Mentora de comunicação de líderes e executivos de empresas de diversos segmentos Participação no programa de neurociências na Universidade de Yale em Connecticut/USA |
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