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Michell Foitte

michell_foittehotmail.com

Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta

CRP 12/07911


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Camisas Xadrez ― Cheque Mate

Terça, 22 de maio de 2012

Há algum tempo, há um ano mais ou menos, uma querida amiga me disse: “Vou te confessar algo!”

Sendo assim, já me preparava para ouvir coisas de algum terceiro, ou, dela própria, tipo “o fulano foi traído”. “A tal pessoa exagerou no botox e ficou com o rosto torto”. “Meu marido cancelou meu cartão de crédito”.  Causos nesse estilo.

Porém, ela me disse o seguinte: “Eu achava horrível quando você usava aquelas camisas xadrez”. E em seguida ela explicou que era uma desatenção dela em relação à moda, já que muitas pessoas estavam usando aquelas estampas. E que ela mesma, depois de algum tempo, havia tomado gosto pela tendência.

Contudo, eu uso camisas xadrez a mais de quinze anos. E hoje quando eu vejo uma pessoa usando xadrez, eu sei que ela está na moda... Já quando vejo duas pessoas no mesmo espaço usando xadrez, fico em dúvida se não poderia ser uma dupla sertaneja. Digo isso porque em épocas outras, quem usava xadrez ou era grunge ou era uma toalha de mesa em uma cantina Italiana.

E muitas outras coisas ficaram num passado nem tão distante. Por exemplo, o telefone de disco. Como era gostoso “discar” nele, enfiando nos círculos dos números uma caneta esferográfica. Com o tempo ficava rabiscado de tinta ou dos esmaltes que saiam das unhas das mulheres. Particularmente, eu tinha um ódio quando o número de alguém tinha “0” ou “9”, pois ao discar esses quase que fechando um circulo, já que eram os últimos, às vezes o telefone saia girando junto com o dedo.

E da máquina de escrever, aqueles cleq, cleq, cleq e no final da folha um sonoro Plim! Acho que a máquina de escrever aliou o conceito de corpo são mente sã, pois além de datilografar era preciso aplicar certa força às teclas. Nem precisava ginástica laboral sabendo usá-la. E se pararmos para pensar na rapidez em que as coisas andam, o computador é que seria coisa do passado, já que é necessário primeiro digitar, depois ver se há papel na impressora, depois clicar no menu iniciar, imprimir. Já na máquina de escrever ao datilografar o papel já sai impresso.

Brincadeira à parte, que saudosas fitas K7, VHS, do Car-disk-Man. Aos mais novos calma; Não são siglas de partidos político. São apenas algumas lembranças desse grunge de camisa xadrez que escreve a coluna de hoje em um rascunho pardo. Desse grunge que come frutas direto do pé, sem lavá-las. Que come ovo frito e gemada, pois, é mais fácil o mundo acabar em 2012 do que os especialistas chegarem a uma conclusão a respeito dos malefícios ou benefícios do ovo. Deste que ainda toma água da torneira e de vez em quando ― bem de vez em quando ― bebe água do chuveiro enquanto arranha canções. Desse que usa camisas xadrez ― dessas que voltaram à moda ― não por estar na moda, mas, porque um dia se sentiu bem assim.



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Juraci Rossetto


Bem lembrado Michell... gostei do texto, parabéns! Um grande abraço.

Responder      24/05/2012

Cláudia Fernandes


muito bom...conservar a autenticidade é respeitar a si mesmo.parabéns!

Responder      23/05/2012

Elsia Mota


Confesso que nunca usei tais camisas, até porque meninas usam vestidos em festas juninas (então, o xadrez que compõe os meninos nessas ocasiões não veste as meninas). Mas associo o xadrez ao grunge, não aos cantores sertanejos: o que os identifica hoje são os chapéus, botas e cintos de grandes fivelas. Dificilmente não apresentam ao menos um dos itens citados. A moda flui e há certa cobrança para mudarmos o visual, mesmo que seu significado ainda esteja vivo em nós ou seja prático mantê-lo.

Responder      23/05/2012

rosmari santos


Querido Michell...Já estava com saudades de ler suas crônicas, mais esta foi demais.Talvez a mesma saudade, se expresse neste seu texto.Parabéns!Enão deixe nunca de enviar tão lindas e sabias palavras para nós leitores.Abraços Carinhosos.......

Responder      23/05/2012

Dalva Schneider


Muito interessante e gostoso de ler

Responder      23/05/2012

Jairo Foitte


Meu querido irmão, muito bom o texto. Parabéns pela crônica.

Responder      22/05/2012

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