Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta
CRP 12/07911
A mentira faz parte do ser humano, assim como a verdade também. A mentira é histórica, vem nos perpetuando durante toda a nossa trajetória terrestre, desde o tempo do “Cavalo de Tróia”, até os dias de hoje, das “ promessas de aumento de salário dos professores”. E pobre desses professores.
Mas não sejamos castos ao acharmos que só os outros mentem e por isso sairemos crucificando os demais viventes. Todas as pessoas mentem em menor ou maior grau, daquela mentira mais inocentes do tipo, “mãe, hoje vou chegar cedo em casa, prometo!” ou, “não tenho nada a ver com esse furto”.
Como já dizia Mário Quintana: “Que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existe mesmo...”
E algumas vezes nos deparamos com pessoas que usam de um artifício muito parecido com a mentira, que se denomina mitomania ou mitomaníacos. O que difere é que a mentira banal tem uma finalidade prática, e muitas vezes social enquanto manobra para ludibriar não apenas uma mentira, mas uma semi-verdade. A outra ― a mitomania ― é uma forma que a pessoa encontrou em determinado momento para se ajustar frente a uma situação que é difícil de lidar, por exemplo, no caso de crianças que são agredidas fisicamente por seus pais, e por uma inversão ― ajustamento ― da realidade, essas criam uma mentira fantasiosa de que seus pais a tratam bem e que a levam nos melhores lugares para passear. Ou, do fulano que se diz ser uma pessoa com posses, que comprou o carrão do ano, que é amigo de vip’s etc, embora, o fulano não seja nada disso. Contudo, são histórias bem construídas e próximas da verdade, pois, carregam algum dado da realidade. E torna-se um transtorno de personalidade quando dessas criações se configuram repetitivas e frequentes. Quando uma mentira torna-se uma realidade em um mundo irreal.