Psicólogo Clínico Gestalt-terapeuta
CRP 12/07911
Agora eu percebo...
Que deixei de escutar, quando o silêncio reconfortante da tua voz tremula em meus ouvidos cessaram os ecos propagáveis do meu chamado.
E o amor se foi quando deixei de ler as constantes letras invisíveis das tuas palavras de amor.
E foi se erguendo um muro.
Encobrindo janelas, rarefazendo a lembrança de um ar puro. E os dias, pouco a pouco, foram se rastejando escuros.
Escudos.
E o meu sol foi se apagando, quando deixei de visitar as luas e de fazer companhia às estrelas.
E os meus pés de sonhos murcharam dentro do meu peito em centelhas.
Do poente sobrou a solidão cinza.
Comi a aridez da terra. Bebi das lagrimas que assoreavam corações.
Um corpo em frações.
E deixei de amar quando lutei em galáxias pelas causas que não eram minhas. Ao deixar todo o meu amor nas mãos alheias. Deixei minha face marcada em tuas mãos.
E cansado de mim o amor me deixou.
Mas agora eu percebo...
Tardiamente, àquilo que um dia chamaram de vida. Roubaram-me.
Dedicado às mulheres, às crianças, aos idosos, aos fragilizados. Que são agredidos de alguma forma, todos os dias. Ao dia 8 de Março.