Cristianismo como Padrão de Normalidade

Deus não pode operar numa mente patológica. Precisamos gozar de saúde mental para que o Espírito Santo em nós possa fazer morada. Querer que o Espírito Santo more num cérebro problemático é como ser inquilino num prédio que está cheio de problemas e rachaduras, prestes a cair. Mas afinal de contas, quando a minha mente se encontra dentro da circunscrição que habitualmente costumamos descrever como “normal”? Paulo de Tarso nos dá algumas dicas. Ele diz que precisamos nos apropriar de sabedoria pelos “olhos do coração”. O olho neste caso indicando percepção da realidade e o coração as emoções. É interessante que a neurologia nos ensina que nossa memória situação no hipocampo e que no entorno desta região acha-se outra região em relação a ela periférica denominada sistema límbico, que é onde residem nossas emoções. Assim, não há a menor dúvida de que aquilo que é memorizado pelo nosso eu está em estreita relação com aquilo que é emocionalmente valoroso. Eu não consigo memorizar uma informação que não possui valor emocional algum para mim. Assim, para que eu tenha uma boa memória eu preciso gozar de emoções saudáveis. O cristianismo não pode ser uma mera metanarrativa, uma teoria racional, ou simplesmente uma chave explicativa da realidade, ele precisa ter um conteúdo emocional fortíssimo para cada um de nós. Nós somos tricotômicos, alma, espírito e corpo. A mente é uma faculdade da alma. Espírito e mente trabalham juntos. Em I Cor 2,11 entendemos como funciona nossa intelecção e como Deus se conecta com a gente. O referido verso diz o seguinte: “Porque qual dos homens sabe (conhece e entende) as coisas (que se passam nos pensamentos) do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece (sabe e compreende), senão o Espírito de Deus”. O logus é dado pela cerebralidade, pela racionalidade com que nos dotou a natureza. Mas aquilo que chamamos de rema é dado apenas a quem é ungido no Espírito. Aliás, o Batismo é como uma vasilha, alegoricamente poderíamos dizer que ninguém entra no céu sem essa vasilha. Mas há um detalhe. A vasilha precisa estar repleta de azeite, que representa a unção. Quando pecamos nos esvaziamos da unção. Aí, novamente, precisamos nos arrepender dos nossos erros e suplicar pelo Espírito de Deus. Novamente a vasilha fica transbordante de unção. Mas afinal, como encontrar a unção? Onde está Deus? “Disse-lhe Deus: Sai e põe-te neste monte perante o Senhor. Eis que passava o Senhor; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave”. A passagem imediatamente acima encontra-se em I Rs 19,11-12. Deus está na tranqüilidade e na calmaria. O próprio Cristo diria de si mesmo que “não quebra uma cana rachada e não apaga o pavio que ainda fumega”. Assim, se nossa vida for muito agitada Deus não conseguirá entrar nela. Temos que ter um tempo especial com Deus. A presente reflexão foi trazida à nossa célula pela pregadora e psicóloga Janaína Carla Portela que se utilizou de um material de apoio de uma pastora norte-americana que adotou o pseudônimo de Joyce Meyer. MEYER, Joyce. Campo de Batalha da Mente: vencendo a batalha em sua mente. Belo Horizonte: Ministério Joyce Meyer, 2006. Esperamos que esta mensagem tenha servido ao amável de leitor de grande proveito espiritual e que Deus lhe dê uma semana abençoada e cheia de graça.