Duplicação de matrículas na educação profissional e de serviços de consultoria e metrologia estão entre as metas do programa que o Sistema FIESC lança nesta sexta-feira, dia 23
Florianópolis - A duplicação do número de matrículas em educação profissional até 2014 e dos serviços técnicos e tecnológicos (consultorias e metrologia) até 2016 são duas das metas do Programa SENAI Mais Competitividade, que a instituição lança nesta sexta-feira, 23, na reunião da diretoria da FIESC. A iniciativa integra a linha de atuação da nova diretoria do Sistema FIESC, comandada pelo empresário Glauco José Côrte, de ampliar a capacidade competitiva da indústria catarinense.
Além da duplicação do atendimento, o SENAI Mais Competitividade prevê a implantação de sete Centros de Referência e Alta Performance, a Escola Profissional do Futuro, workshops tecnológicos temáticos e um portal na internet com informações relacionadas ao tema. Também será implementada a Academia SENAI, com o objetivo de ampliar e promover a capacitação contínua da equipe de consultores da instituição.
Os centros de referência atuarão em duas frentes: a oferta de consultorias e a realização de pesquisa aplicada para inovação em produto e em processo. Os centros serão focados nas vocações industriais do estado e contarão com o apoio de instituições internacionais, como o Instituto Fraunhofer, a Universidade de Stuttgart (ambos da Alemanha) e a Massey University, da Nova Zelândia.
Entraves
"Para obter um bom desempenho no mercado internacional, as empresas precisam buscar melhorias contínuas em seus processos de produção, para compensar as dificuldades da porta para fora", salienta Glauco José Côrte. Por isso, o Programa SENAI Mais Competitividade pretende apoiar as indústrias a melhorar sua performance. "Em outro campo, a FIESC continua insistindo com os poderes públicos para a busca de solução de problemas estruturais, tais como a infraestrutura, a alta e complexa carga tributária, entre outros aspectos; muitos entraves ficam mascarados pelo crescimento econômico que o país vem apresentando, que é fruto de virtudes como a estabilidade macroeconômica e por ter sido beneficiado por um crescimento da economia mundial", salienta o presidente da FIESC. "No mercado de commodities, o Brasil tem bom desempenho, contudo, as dificuldades competitivas tornam-se mais salientes quando se trata de produtos de maior valor agregado", explica.
O diretor regional do SENAI/SC, Sérgio Roberto Arruda, lembra que o Brasil tem baixo desempenho em indicadores internacionais de competitividade. São pesquisas como as realizadas pelo Internacional Institute for Management Development (IMD) e pelo Fórum Econômico Mundial. Os dois estudos consideram a eficiência do estado, carga tributária, juros, infraestrutura, educação, saúde, performance econômica, eficiência no mercado de bens e no mercado de trabalho, inovação, entre outros. Nos rankings anunciados em 2011, o Brasil ocupa, respectivamente, a 44ª e a 53ª posição. "São colocações parecidas com as conquistadas pelos brasileiros na pesquisa de desempenho de estudantes do ensino médio, da OCDE", ressalta Arruda.
Workshops temáticos
O Programa SENAI Mais Competitividade pretende atuar em diversas frentes relacionadas à performance produtiva da indústria. A ampliação da oferta de profissionais qualificados fará com que a força de trabalho seja mais resolutiva em termos de gerar valor ao produto. Outras iniciativas estão associadas à melhoria de produto e processos. É o caso da indução ao desenvolvimento de novos negócios. Nos dias 27 e 28 de setembro, por exemplo, será realizado em Joinville o Workshop Internacional Novas Tecnologias Aplicadas ao Setor Metalmecânico.
O evento será um primeiro passo para a indução da produção em microusinagem, um nicho de mercado aberto. "É uma área ostensiva em tecnologia, de alta sofisticação e elevado valor agregado", afirma Arruda. A microusinagem consiste na produção de peças de 2 a 3 milímetros que serão usadas na produção de produtos da ordem de um milímetro, a serem utilizados em setores como medicina ou eletroeletrônica. Hoje são 400 ferramentarias, que geram 4 mil empregos em Joinville. Outros workshops nas áreas ambiental e têxtil e de alimentos estão previstos para os próximos meses, em Blumenau e Chapecó