"Vejo que o eleitor são-bentense ficou bastante decepcionado nas últimas eleições com vereadores que, ao assumirem seus mandatos, perderam completamente a sua voz e coragem".
Nossa entrevistada é a jovem Luiza Beckhauser Mallon,30 anos, estreando na política e que tem esta inspiração no seu pai Fernando Mallon, três vezes vereador e uma prefeito Municipal e sua saudosa mãe Anelize que soube honrar e dignificar posição de primeira dama. Formada em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina, procuradora do Sindicato dos Servidores Públicos de São Bento do Sul e Campo Alegre desde 2020, Sócia-Fundadora da Mallon & Córdova Advogados Associados, atuante em Direito Público e Direito do Trabalho.
1. Por que você quer ser vereadora?
Entendo que a política é uma das ferramentas mais efetivas de transformação social. Para muito além de reclamar do que estamos vendo, é preciso fazer parte da solução. Minha vontade de ser vereadora decorre justamente do acima, do enxergar inúmeras problemáticas e desejar fazer parte da resolução das questões, cobrar aquilo que está em desconformidade com o que entendo como justo e positivo para a nossa população.
2. Quais foram os maiores erros e acertos (cite pelo menos dois de cada) da atual legislatura? O que você faria de diferente?
Vejo que na atual legislatura tivemos uma mudança nos eleitores, com a participação de mulheres e de novos atores. Além disso, havia um clima de cordialidade entre os vereadores. Penso que são dois fatores positivos. Por outro lado, é preciso não confundir educação com passividade. Tivemos um grande número de vereadores “vendidos” por cargos de parentes, amigos ou algumas outras vantagens, o que acabou por gerar os dois piores erros: vereadores coniventes com projetos ruins para a população e que deixaram de fiscalizar e cobrar o Executivo.
3. Quais foram os maiores erros da administração Antônio Tomazini e o que você teria feito para tentar impedir as ações? E que aspecto deve ser elogiado?
Nunca tivemos um governo municipal com tanto dinheiro em caixa. No entanto, essa verba foi gasta quase que exclusivamente em ações “bonitas pra foto”, mas pouquíssimos projetos de política pública – ou seja, aqueles que perduram e de fato melhoram a vida da população. Tivemos muita pintura de meio fio no centro e pavimento em locais que nem eram necessários (como na frente do hospital), mas nenhum projeto pensando nos prejuízos dos alunos na pandemia, nenhuma mudança nos atendimentos dos postos de saúde e exames, nenhuma alteração no transporte público, na cultura e por aí vai. Para impedir tais erros, precisamos de pensadores de política, não de atores políticos que visam exclusivamente a reeleição. O aspecto que deve ser elogiado foram algumas pavimentações importantes... Pena que com tanto dinheiro, ficou só nisso.
15.633
4. Diante da oportunidade de elaborar projetos de Leis municipais, quais você colocaria na lista?
A primeira sem dúvidas seria no tocante aos cargos que o Ministério Público mandou serem extintos e foram realocados, como que em uma tentativa precária de ludibriar o eleitor e manter os amigos do rei para ajudar na campanha. A segunda diz respeito a terceirização das Auxiliares de Serviços Gerais – terceirizaram com empresas capengas, as empresas sequer pagaram os salários ao final e tiveram que chamar o cargo de Auxiliar de Operação (cargo efetivo) para trabalhar nas escolas. Coisa de gente despreparada e que não ouviu quem entendia do tema. Por fim, a lei que alterou o trabalho temporário e retirou o FGTS dos ACT’S sem conceder o vale-alimentação.
5. Como você está vendo a situação da Promosul e que o prefeito atual divulgou que se
reeleito lá passará a ser a sede do Executivo?
Hoje o espaço do prédio da prefeitura de fato se encontra pequeno e antigo, além de não contar com um estacionamento para a população. Converso com alguns servidores e são precários os ambientes de trabalho – paredes mofadas, forros caindo, etc. Sobre a questão da Promosul passar a sediar o Executivo, creio que é um estudo que deve ser feito de forma minuciosa e contar com a participação popular. Creio que o tema ainda não foi suficientemente debatido para que se tome uma decisão.
6. Como legisladora futura qual sua opinião da reedição da Lei Seca em ambientes públicos?
Eu sempre penso que uma legislação restritiva não tem resultado desacompanhada. Inúmeros países adotam hoje a Lei Seca em Ambiente Público, mas os estudos sobre o tema são divergentes acerca da sua efetividade – muito embora aumente a “sensação” de segurança pública. Mais importante que a Lei é buscarmos conscientizar a população do uso abusivo do álcool e oferecer opções de lazer e cultura para que os jovens e adultos não tenham na bebida a única forma de distração.
15633
7. Você já tem um Projeto de Lei para apresentar nos primeiros dias de mandato? Falando em projetos, você é capaz de redigir estes textos ou precisa do suporte de uma equipe de assessores? Complementando: você já escreveu algo publicamente, algo que possa ser lido facilmente para avaliação?
A situação do transporte público da nossa cidade está complicada e precisa ser devidamente analisada. Por isso, uma das primeiras iniciativas legislativas será a criação de uma Comissão Geral para análise de projetos relacionados ao Plano de Mobilidade Urbana. É preciso que os vereadores se aprofundem de forma técnica sobre o tema e sugiram soluções para baratear e melhorar o transporte. Atuo diretamente em direito público, portanto, tenho o domínio das leis para redação de leis como essa. No entanto, não vejo problema nenhum em contar com pessoas capazes no assessoramento – feio é fingir que sabe e deixar a população que precisa na mão. Sobre a temática ainda não tenho o texto final, mas tenho exemplos de inúmeras cidades que propuseram o acima e poderão ser usados como modelo.
8. Você faz campanha com dinheiro público, recursos próprios ou doação de pessoas físicas? Quanto deverá custar a sua campanha?
Até o momento que escrevo a presente entrevista, nada de dinheiro público – até porque normalmente estes nem chegam aos Municípios. Faço com recursos próprios e doação de pessoas físicas. Não deve passar de 20 mil reais.
9. Quem você levará para a equipe, caso eleita? São pessoas indicadas pelo partido, cabos eleitorais que trabalharam na campanha ou pessoas capacitadas trazidas do mercado de trabalho em geral? Como será o seu gabinete?
Como vereadora, tenho a indicação de apenas um assessor em São Bento do Sul. Até o momento, tenho focado muito mais nas propostas e em gastar sola de sapato. Mas creio ser plenamente possível aliar ambos: uma pessoa qualificada e que tenha a mesma visão política que a minha. Até porque, não podemos esquecer, essa expertise política é mais que necessário para o cargo em questão.
10. Se oposição como deverá pautar suas ações?
Será pautada pelo bom senso e visando sempre o melhor para a população. Se o projeto for bom e beneficiar a comunidade, mesmo que pautado pela oposição, irei defender. Se for ruim, com argumentos e sugestões, irei criticar de forma veemente. Oposição a tudo e sem fundamento não tem qualquer credibilidade.
15633
11. Na sua visão qual a maior carência em nosso Município e o que fazer para superar?
A maior carência está na saúde. O que chega a ser curioso quando temos um Prefeito que exerce a medicina. Para resolver, é preciso focar na atenção básica. Prevenir é sempre muito melhor do que remediar. Valorizar as enfermeiras, técnicas de enfermagem, agentes comunitárias de saúde e médicos da família são medidas necessárias. Além disso, acabar com as famosas “fichas” nos postos de saúde e trazer os exames de volta a nossa cidade são fundamentais e melhorariam em muito a vida da comunidade.
12. Qual a São Bento dos seus sonhos?
São Bento é a cidade que nasci, tem uma beleza natural e arquitetônica invejável e fico triste quando percebo que cidades vizinhas estão crescendo enquanto nós paramos no tempo. Por isso, a São Bento dos meus sonhos é aquela que invista no seu potencial turístico e cultural. Mas que invista em uma cultura diversa, não só para uma elite no Centro. É aquela que tenha como prioridade a valorização da Educação Pública não para a foto, mas daqueles que a fazem, de forma humana e consciente. Uma São Bento que invista na Saúde Pública e no Transporte Público pensando nos bairros e em quem mais precisa. Uma São Bento verdadeiramente para todos e não para alguns, como temos observado até então.
13 Algo que não lhe perguntei que gostaria de comentar?
Vejo que o eleitor são-bentense ficou bastante decepcionado nas últimas eleições com vereadores que, ao assumirem seus mandatos, perderam completamente a sua voz e coragem. Seja por estarem com o rabo preso ou por não terem conhecimento da coisa pública, foi uma realidade que precisa ser evitada nessas eleições. Para isso, é preciso votar em pessoas preparadas e de caráter. Fica o meu pedido para o eleitor analisar com cuidado os currículos e o perfil de quem está ali. A principal função do vereador é fiscalizar, se ele já entra pensando em cargo pra si ou para aqueles que estão próximos, tenham certeza que ele não vai executar sua função de forma qualificada.
14 Peça o voto
São Bento precisa de pessoas que conheçam do meio público, das leis e que não se acovardem ou se vendam por cargos e vantagens. Eu quero ser a vereadora que você vai ter orgulho de ter confiado o voto. Por isso, dia 06 de Outubro, Vote 15633, Luiza Beckhauser Mallon.
15. NÃO ESQUEÇA 15633 NA CABEÇA. OBRIGADO!