Consumo desse tipo de produto é mais comum entre jovens. Pesquisa da CNI avalia
percepção da população sobre efeitos do comércio ilegal sobre a economia
A maioria da população brasileira acredita que a pirataria e o contrabando de mercadorias são prejudiciais ao país, com efeitos negativos na economia, na criação de empregos e na atividade industrial. É o que aponta pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e consolidada no documento Retratos da Sociedade Brasileira.
O levantamento revela a percepção da população sobre os impactos e consumo relacionados a esse tipo de produto. Sete em cada dez entrevistados concordam, total ou parcialmente, que a pirataria e o contrabando prejudicam a economia (72%), ameaçam a indústria (71%) e afetam negativamente a criação de empregos (69%). Entre os mais jovens (faixa etária de 16 a 24 anos), com menor escolaridade e renda mais baixa, os percentuais de concordância são menores.
Mais de 80% dos entrevistados discordam que os produtos piratas possuem a mesma qualidade e segurança em relação aos originais. O percentual sobe para 94% entre a população com renda acima de cinco salários mínimos, no tocante à qualidade, e para 89% em relação à segurança.
Consumo de produtos piratas é mais comum e aceitável entre os mais jovens
De acordo com a pesquisa, 70% dos brasileiros têm a percepção de que é sempre errado adquirir produtos piratas ou contrabandeados. Para 17%, a compra desses produtos é aceitável em certas situações e 8% não veem problema em comprar esses produtos.
Mas a percepção de que é sempre errado comprar produtos piratas ou contrabandeados diminui nas faixas etárias mais jovens. Enquanto para 80% dos entrevistados de 60 anos ou mais e de 45 a 59 anos o consumo desses produtos é considerado sempre errado, o percentual cai para 53% entre pessoas de 16 a 24 anos.
Jovens e pessoas com renda maior compram mais produtos piratas
A frequência de compra de produtos piratas é maior entre os mais jovens, os que têm renda mais alta e entre as pessoas com maior nível de escolaridade. Na média geral, 57% dos entrevistados disseram que nunca compram, 20% informaram que compram raramente, 17% compram às vezes e 5% sempre compram produtos piratas.
Entre os jovens de 16 a 24 anos, 31% disseram que compram sempre ou às vezes, 29% disseram que compram raramente e 36% disseram que nunca compram. No outro extremo, entre a população de 60 anos ou mais, 10% disseram que compram sempre ou às vezes, 8% disseram que raramente compram e 81% que nunca compram produtos piratas.
Entre os analfabetos ou que apenas sabem ler e escrever, 85% afirmaram que nunca compram produtos piratas. O percentual cai para 69% entre os entrevistados com ensino fundamental, 50% entre os entrevistados com ensino médio e para 45% entre os entrevistados com ensino superior.
A mesma relação é observada quando se avalia a renda familiar: quanto maior a renda familiar, menos pessoas afirmam que nunca compram produtos piratas. Entre aqueles com renda familiar de até um salário mínimo, 69% dos entrevistados disseram que nunca compraram produtos piratas. Na outra ponta, entre os entrevistados com renda familiar acima de cinco salários mínimos, o percentual dos que disseram que nunca compraram produtos piradas cai para 45%.
Na pesquisa, foram ouvidos 2.012 cidadãos em todos os estados, exceto o Rio Grande do Sul, em função das enchentes que atingiram o estado.