1. Indicador de Trajetórias Educacionais: Organizado pela primeira vez no país, o estudo monitora a permanência dos estudantes na escola, condição essencial para garantir a aprendizagem e a redução das desigualdades. Entre os destaques, o estudo mostra que as trajetórias educacionais são pouco regulares para a maioria dos estudantes da Educação Básica. Mas, a ausência de regularidade é um problema ainda mais expressivo para alunos de baixo nível socioeconômico, com deficiência, indígenas, negros e do sexo masculino. A trajetória regular representa o aluno que ingressou na idade certa na escola, progrediu a cada ano e concluiu todas as etapas de ensino.
Destaques:
- No Brasil, apenas 52% dos estudantes nascidos entre 2000 e 2005, que atualmente têm entre 19 e 24 anos, conseguiram concluir o Ensino Fundamental na idade certa (até os 15 anos) e 41% deles finalizaram o Ensino Médio no período esperado;
- A trajetória regular entre estudantes negros (pretos + pardos) é aproximadamente 20% menor do que entre os brancos. Em relação aos indígenas, esse percentual está em torno de 40%. Estudantes brancos possuem um percentual de regularidade de 62%; pardos, 46%; pretos, 41%; e indígenas, 23%;
- Apenas 22% dos estudantes com deficiência têm trajetória regular, entre 2011 e 2019.
2. Qualidade da merenda escolar no Brasil: Recorte da 10ª onda da pesquisa “Educação na perspectiva dos estudantes e suas famílias”, encomendada ao Datafolha, mostra que, no Brasil, 98% dos estudantes recebem merenda escolar gratuita, mas a qualidade dos alimentos não é a mesma entre as regiões do país. Importante para permanência dos estudantes, a merenda escolar é tema do primeiro Projeto de Lei 01/2024, apresentado no Senado em 2024. O PL estabelece que o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) passe a adquirir o percentual mínimo de 30% dos alimentos da agricultura familiar. O PL está em tramitação no Senado e aguarda designação do relator da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária desde fevereiro.
Destaques:
● No Brasil, a oferta gratuita de merenda escolar é feita para 98% dos estudantes. Nesse panorama, 76% dos alunos consomem as refeições fornecidas na escola, sendo 42% no café da manhã, 40% no almoço, 37% no café da tarde e 6% no jantar. Entretanto, a qualidade não é a mesma em todas as regiões do país;
● A região Sul tem o maior índice de aprovação (83%). Já no Nordeste e Norte, as proporções caem para 51% e 53%, respectivamente. No Sudeste e Centro-Oeste, as porcentagens correspondem a 71%, em cada uma;
● Entre as famílias que classificaram a merenda escolar como boa ou ótima, ou seja, 65% dos participantes, quase metade (48%) tem menos comida do que a suficiente para ofertar aos estudantes em casa.
3. Contribuição da Matemática para a economia brasileira: Estudo foi realizado a partir de metodologia proposta em uma pesquisa sobre o impacto da matemática na economia francesa, conduzido pelo CNRS, na sigla em francês, (Centro Nacional de Pesquisa Científica), adaptada às características do mercado nacional. Além de propor uma discussão sobre as potenciais contribuições das atividades ligadas à disciplina para a economia do Brasil, o levantamento aborda aspectos relacionados à escolaridade, raça/cor, idade e gênero.
Destaques:
- Rendimentos de profissões ligadas à Matemática equivalem a 4,6% do PIB e são 119% superiores em relação às demais ocupações;
- Indivíduos com maior nível de escolarização tendem a ser menos vulneráveis à eventual substituição, pois ocupam cargos que demandam maior especialização;
- Há predominância de trabalhadores formais. Eles correspondem a 84% do total entre as ocupações ligadas à Matemática;
- Essas profissões têm uma participação maior de pessoas brancas (66%) e de homens (69%) do que a média das demais atividades no país. Mesmo assim, a proporção de pessoas negras (pretas e pardas) e de mulheres, entre 2012 e 2023, tiveram um ligeiro aumento de 33% para 36% e de 28% para 31%, respectivamente.