São Bento - O Samae – Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto, fez nesta terça-feira (30) a primeira Audiência Pública para tratar da questão dos resíduos sólidos produzidos no município. A explanação da pesquisa de campo realizada pela equipe responsável pelo setor aconteceu na Câmara de Vereadores. Mais de cinquenta pessoas participaram do debate que revelou importantes questões do lixo em São Bento do Sul.
O presidente da autarquia Geraldo Weihermann, na abertura dos trabalhos, explicou a forma como aconteceu o levantamento dos dados. “Pela primeira vez temos o diagnóstico do lixo gerado em São Bento do Sul. Desde a captação do lixo nas residências, até o despejo no aterro foi acompanhado pela equipe. Também foram obtidos dados da coleta seletiva, catadores autônomos, e lixo industrial”, contou o presidente.
Os dados, apresentados pela Engenheira Sanitarista Vivian Alves Máximo Simões, revelam informações da totalidade, em peso e em volume, do lixo recolhido em todos os bairros, com base na quilometragem percorrida pelos caminhões. Desde 2004, a geração de resíduos domésticos e comerciais aumentou 21,67%, sendo que em 2004 a média de recolhimento foi de aproximadamente 11.290 toneladas e em 2011 a previsão é que atinja cerca de 14.400 toneladas.
O público ficou surpreso quando conheceu a realidade das lixeiras viciadas, também conhecidas pela equipe como lixeira bota-fora. “É o local impróprio onde as pessoas jogam o lixo, sem se preocuparem com a agressão ao meio ambiente e também com a sua saúde e dos demais moradores das proximidades, ressaltando ainda a questão da higiene”, relatou a engenheira. Foram encontrados mais de quinze pontos que servem como depósitos de lixos, inclusive numa situação apresentada, o material é despejado na margem de um rio.
A pesquisa foi reforçada com o desmembramento do lixo recolhido. A equipe separou aleatoriamente pacotes em residências localizadas em bairros distintos. “Nos sacos foram encontrados todo tipo de material, desde material orgânico, material reciclável, material inerte, entre outros”, analisou Vivian. A amostragem relatou que se considerado o peso do lixo, 28% do que é mandado para o aterro é material reciclável, 44% é matéria orgânica e 29% é rejeito. Porém a pesquisa também foi realizada observando o volume, nessa 46% é reciclável, 32% matéria orgânica e 23% outros. “A diferença em peso e volume pode ser esclarecida na comparação com a matéria orgânica que tem pouco volume mas tem peso e os litros de plástico, tem volume mas seu peso é menor”, exemplifica a engenheira.
Todos os dados da pesquisa estão disponíveis no site do Samae, www.samaesbs.sc.gov.br. Além desses, também são apresentados os dados sobre a enquete feita no comércio referente ao recebimento de materiais que devem ser devolvidos, como pilhas baterias, entre outros. Dados sobre a coleta seletiva, lixo industrial, também podem ser analisados.
Conferencia Municipal
A pesquisa faz parte do trabalho de adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos que tem como principais objetivos a Não Geração, Redução, Reutilização, Reciclagem, Tratamento e Disposição Final do lixo urbano. Todos os pontos tem como foco, por exemplo, a racionalização dos recursos naturais (água, energia, insumos) no processo produtivo, aumento da reciclagem, intensificação de ações de educação ambiental, entre outros.
A realização da audiência relatando os dados do lixo no município constatam os estudos iniciais para a elaboração do Plano Municipal de Resíduos Sólidos. O evento acontecerá no mês de outubro e a previsão é que representantes de diversos ramos da sociedade compareçam. A data e o local ainda serão confirmados.