Pesquisa sobre reputação das empresas mostra que profissionais buscam valores em suas oportunidades

Especialista comenta dados de levantamento recente sobre Employer Branding

            Quando se fala sobre reputação de marca empregadora, se fala sobre dados. É o que afirma Caio Infante, vice-presidente regional (LATAM) da Radancy e um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil. “Employer Branding é, sim, sobre dados, mas, infelizmente, o mercado ainda olha muito pouco para eles”, afirma Caio.

            Em suas palestras e cursos, quando Caio pergunta ao público de RH sobre qual é a principal fonte de tráfego do site de carreira profissional de suas empresas, o conteúdo pelo qual os candidatos mais se interessam, o custo por contratação, a estratégia de conteúdo usada para impactar cada persona e o valor investido em impulsionamento de conteúdo, as respostas, quase sempre, são um silêncio que mostra a falta de preocupação com estes e outros dados que fazem parte do dia a dia de qualquer empresa. Falta de atenção talvez? Mas, afinal, por que está Área, em geral, não olha para dados? “Os resultados obtidos com a gestão da marca empregadora e, consequentemente, com a retenção de talentos mostram que quem usa dados está muito à frente na hora de tomar decisões sobre canais, conteúdos e estratégias de EB”, afirma Caio.

As afirmações do especialista são reforçadas pelos resultados de uma pesquisa da Radancy feita no primeiro trimestre deste ano com cerca de 3.500 candidatos que navegam em diversos sites de carreira no Brasil e na América Latina considerados à frente do nosso tempo e que levam vantagem competitiva por saberem, com riqueza de detalhes, o que motiva, verdadeiramente, os profissionais e quais são os conteúdos que criam uma melhor relações com eles.

Uma das principais conclusões do levantamento é que mais da metade dos entrevistados aceitariam mudar de emprego sem ganhar mais, apenas para fazer parte de uma organização que admiram e na qual acreditam. “Ter um propósito bem definido e um bom programa de desenvolvimento profissional e oferecer no mercado produtos e serviços de qualidade são os itens mais atrativos para quem busca uma vaga no mercado de trabalho hoje em dia”, explica Caio. Para atrair estes talentos, segundo Caio, basta mostrar, de maneira clara e assertiva, o que a empresa de fato oferece aos seus colaboradores e sua reputação positiva no mercado frente aos seus consumidores finais. “Enquanto os RHs ficarem discutindo e acreditando que EB é apenas campanha de atração ou, pior ainda, que é a mesma coisa que Comunicação Interna, o EB nunca será estratégico e nem muito menos conectado ao negócio”, completa.

Site da carreira da empresa é estratégico, segundo pesquisa

Para saber o real e principal motivo pelo qual os candidatos buscam trabalhar em determinada empresa, o melhor caminho é investir no site de vagas da companhia apostando em conteúdos interessantes para este público. Mostrar os diferenciais da marca empregadora neste espaço também estimula os cerca de 65% dos candidatos que visitam os sites de carreira das empresas que admiram sem estarem, necessariamente, em busca de uma (re)colocação.  

Para se diferenciar, segundo Caio, é preciso mais que vídeos ou alguns parágrafos na tentativa de convencer alguém a trabalhar na companhia. “Uma coisa na qual poucas empresas costumam prestar muita atenção é o job description das vagas em aberto que, na maioria das vezes, não contam histórias e acabam servindo para qualquer empresa. A pesquisa mostra que por causa dele e de ferramentas fracas para contratar pessoas cerca de 70% dos profissionais abandonam um processo seletivo por considera-lo longo ou mal formulado. Poucos candidatos encontram as informações que buscam nos sites das empresas e este é, justamente, o papel do Employer Branding. É no site de carreira onde as pessoas decidem se apertarão o botão “Candidatar-se” e seguirão no processo de candidatura ou seleção. Este são desafios estratégicos de marca empregadora e de relacionamento com os candidatos”.

Para dar um direcionamento para quem deseja aprimorar o site da empresa, a pesquisa mostra que o tempo médio que um candidato passa neste espaço é de mais de três minutos, tempo suficiente para ver uma vaga e se candidatar sem ler mais sobre a função e, muito menos, sem conhecer mais sobre a empresa. “Employer Branding vai muito além de um post colorido. Sem dados, é somente uma arte bonitinha. Sem mídia, não entrega resultado”, finaliza Caio.

Sobre Caio Infante

Caio Infante é formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM e possui MBA em Gestão Internacional pela University of Technology, em Sidney, na Austrália. Com carreira profissional desenvolvida na área de Negócios em agências de propaganda do País e do exterior, atuou, também, no site Trabalhando.com como diretor Comercial e de Marketing, chegando a Country Manager da operação. Desde o início de 2017, Caio está na Radancy, onde seu conhecimento sobre marca empregadora cresceu exponencialmente. Hoje, ocupa o cargo de vice-presidente regional da agência, mantendo contato com alguns dos maiores nomes mundiais do tema.

Caio Infante também é um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, a maior comunidade sobre marcas empregadoras, com mais de 40 mil seguidores nas redes sociais.