Reajuste menor e transporte gratuito aos domingos
A partir da próxima semana, o preço da passagem do ônibus urbano em São Bento do Sul passa a custar R$ 6,50. O pedido inicial da empresa era para o valor ir a R$ 6,75, porém, em conversas com a Prefeitura, ficou estabelecido valor abaixo. Apesar do aumento, há uma novidade para a população. Aos domingos, os ônibus podem ser utilizados livremente, a custo zero pelos usuários.
De acordo com o prefeito Antonio Tomazini, a Prefeitura é sensível ao momento, onde a empresa precisa arcar com uma série de custos elevados, como o do diesel, entre outras despesas, e o reajuste está previsto em contrato. Porém, ele destaca a novidade quanto ao transporte gratuito aos domingos. “Quem andar de ônibus aos domingos, não vai pagar nada”, destaca.
Ainda segundo o prefeito, desde dezembro do ano passado a empresa tenta o reajuste, de forma a suprir parte dos prejuízos com a alta dos custos. Tomazini diz que sem o aumento que passa a valer a partir de agosto, corria o risco da empresa suspender as atividades no município, o que causaria muito mais prejuízos à população que depende do transporte público.
Dentre os principais argumentos da empresa para solicitar o aumento da passagem está o preço do diesel, que disparou 91,8% em menos de oito meses, a folha salarial dos funcionários que tiveram aumento de 12% neste ano. Aliado a isso, há ainda as perdas do faturamento decorrentes das gratuidades e descontos que pesam na passagem, obrigando que estes custos sejam repassados aos demais usuários.
Antes de confirmar o valor em R$ 6,50, equipes da Prefeitura e da Coletivos Rainha tiveram diversas reuniões, inclusive auditando e revisando as planilhas de cálculo a fim de tentar garantir o menor valor possível para o usuário.
Os estudos internos identificaram que parte importante do custo dos passes estava nos descontos e gratuidades. Por conta disso, uma das ações da Prefeitura será a mudança de parte dos descontos que eram concedidos aos estudantes. “Esta alteração, passa para a Prefeitura uma conta que antes estava no bolso dos demais passageiros”, comentou Tomazini.
Diversas cidades do país, incluindo algumas próximas, como Curitiba, Joinville, Florianópolis e Araucária, subsidiam o transporte de suas cidades para evitar um peso maior no bolso dos usuários. Ou seja, as prefeituras repassam valores mensais às empresas para evitar a alta do preço da passagem. Exemplo é Araucária, no Paraná, considerada exemplo de baixo custo da passagem. Porém, lá, a Prefeitura repassa, mensalmente, R$ 4 milhões à empresa. No caso de São Bento do Sul, não é feito subsídio atualmente.
O aumento vem sete meses após o pedido feito pela Coletivos Rainha e deve ser um fôlego para a concessionária num cenário em que diversas empresas de transporte fecharam as portas em cidades importantes do Estado, como Indaial, Itajaí, Balneário Camboriú e Mafra, que ficou mais de um ano sem transporte público durante a pandemia e acaba de ficar pela segunda vez sem sistema de transportes por conta da apreensão dos veículos da empresa Norte Sul, em função de dívidas trabalhistas e tributárias.