Universalização da Inflação, aumento de juros, baixo crescimento e sanções à guerra da Ucrânia potencializam risco de recessão global, avalia Grupo Fictor |
Após a notícia de que a Diretora-Gerente do FMI não descarta uma recessão global no ano que vem, a economia do Brasil e de diversos países balançou.
Segundo o sócio do Grupo Fictor, Rafael Gois, não se pode descartar a possibilidade de uma recessão global, já que o panorama atual da pandemia aponta para uma universalização da inflação associada com o cenário de grande aumento das taxas de juros de diversos países na intenção de conter a alta inflação generalizada.
Segue, abaixo, um Q&A sobre o assunto:
P: Qual sua avaliação dessa possível Recessão Global?
R: Temos as maiores economias do mundo crescendo muito menos do que a previsão dos anos anteriores e grandes sanções relacionadas à guerra da Ucrânia, que ajudam no arrefecimento da economia mundial.
Todo esse aperto econômico e cenário adverso prejudicam o crescimento e desenvolvimento da economia global como um todo. Claro que é muito cedo para acreditar em grave recessão mundial, mas estamos atentos e preocupados com o cenário mundial.
P: Quais os impactos para agronegócio e mercado financeiro?
R: Tanto no agronegócio quanto no mercado financeiro, percebemos que haverá uma conturbação de mercados. Essa possível recessão impacta diretamente no preço de comodities, na inflação mais elevada e nas perspectivas de juros mais altos, podendo resultar no aumento do nível de endividamento de empresas e pessoas.
A maior possibilidade de recessão global tende a implicar menor fluxo de capital estrangeiro gerado no câmbio. Essa cadeia de instabilidades afeta diretamente o Ibovespa que não atinge bons níveis de negociação há algum tempo. Já o dólar comercial segue em alta e apesar de torcer para que isso não aconteça, não acredito que veremos uma volta de patamar de 5,00 tão cedo.
P: Quais são os pontos de atenção para os investidores?
R: O momento é manter distância dos ativos de risco e focar em investimentos atrelados a inflação, moeda forte e de defesa da carteira de investimento. Prazos muito longos também devem ser olhados com cautela.
Entretanto, existem muitas oportunidades para os tomadores de risco, com ações muito baratas e ativos de excelente oportunidade. Desde que respeitemos o perfil de risco do investidor é possível se proteger e ainda ter rentabilidade, porém, o momento é de cautela.
P: Os Estados Unidos devem aumentar de novo a taxa de juros para conter a inflação (a maior em 40 anos). Como isso reflete no Brasil?
R: O impacto é muito parecido ao último aumento. Quando o banco central norte americano sobe os juros e oferece uma rentabilidade maior para os títulos de dívida americanos os investidores passam a pesar a relação risco retorno (EUA x emergente). Essa oferta de taxas mais atrativas somado a um nível de risco menor do dinheiro impacta no fluxo de capitais saindo de países emergentes, como o Brasil, e voltando para os Estados Unidos. Esse fluxo impacta no encarecimento e, o fortalecimento do dólar frente ao real.
Já no Brasil o impacto direto na economia é imediato, já que a tentativa de controlar a inflação nos EUA acaba aumentando diretamente o preço de comodities como minério de ferro, petróleo, trigo etc. arrefecendo também o consumo interno a demanda mundial.
Sobre o Grupo Fictor Com 10 anos de atuação, porém há menos de 2 sob o novo modelo de negócios, o Grupo Fictor busca investir em empresas com alto potencial de retorno, mas sob garantias sólidas, com empreendimentos tangíveis e não especulativos. A empresa faz todo o trabalho de assessment, identificando possíveis gargalos e riscos associados à operação do negócio, bem como um diagnóstico do segmento de atuação e a capacidade de retorno do respectivo mercado.
Com sede em São Paulo, possui unidades comerciais no Rio de Janeiro e em Goiás, que atendem 137 clientes parceiros, considerados sócios participantes das operações da companhia. Entre eles estão bancos, investidores privados, family offices e fundos de investimento.
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