Um casal de ambientalistas teve a casa alvejada a tiros em Guaramirim, no Norte de Santa Catarina. Os ativistas residem em uma área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente.
Duas placas da RPPN Rã-bugiu, que indica a área da qual são proprietários, também foram atingidas pelos disparos.
O ataque ocorreu na noite de terça-feira (28), segundo o morador Germano Woehl, que atribuiu a motivação a denúncias de irregularidades feitas pelo casal. Ninguém se feriu.
"Suspeito que [o ataque] foi por causa de nossas atividades. Com certeza foi alguém que tem ódio do nosso trabalho, raiva de ambientalistas. Para intimidação", disse o ativista.
A Polícia Militar foi acionada logo após o atentado. Um boletim de ocorrência foi registrado. As capsulas dos disparos foram recolhidas para investigação. O g1 SC procurou a Polícia Civil e o Ministério Público de Santa Catarina, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.
Germano e a esposa Elza, residem na mesma casa desde 1994, onde também funciona uma ONG para educação ambiental. Com frequência, conta, recebem ameaças, mas nunca com a agressividade vivida na última semana.
Tiros disparados invadiram área interna da residência — Foto: Germano Woehl/Arquivo Pessoal
"Eu tinha viajado para fiscalizar outras áreas em Itaiópolis e minha esposa estava sozinha. Se eu estivesse em casa, tinha sido atingido pelos tiros", disse.
Segundo Germano, um homem de motocicleta parou em frente a casa dos ambientalistas e iniciou os disparos contra a residência e as placas do projeto.
"Parte dos tiros foi em direção ao banheiro. Os outros tiros em direção a nossa casa. A munição pegou na parede, ao lado da porte da garagem, e sete chumbos entraram na casa, atravessaram a porta da garagem. Um deles ricocheteou, quebrou a porta de vidro interno, e atingiu a sala, exatamente onde eu fico", disse.
A Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) se manifestou após o ataque. Em nota divulgada, se solidarizou ao casal e repudiou "veemente mais esse intolerável episódio, clamando que todos os esforços sejam envidados para a devida apuração e punição dos autores desse atentado".
No mesmo comunicado, a RMA disse que não se pode mais tolerar "este cenário, de absoluta insegurança e risco àqueles que se dedicam à defesa do meio ambiente.
fonte g1