Pelo pequeno excerto da lista, contendo as 18 atividades mais recorrentes, pode-se perceber a preponderância do empreendedorismo por necessidade. As principais atividades são as que menos exigem capital e licenças para abertura, fora que o MEI representa a grande maioria. Se pegarmos o Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, há 760.760 MEIs ativos, ou seja, 76% dessa atividade é exercida por Microempreendedores individuais.
Na promoção de vendas, o número é 92%; cabeleireiros, manicure e pedicure, 97%, e assim por diante. A carreira de empreendedor, a julgar pelas atividades, não parece preocupar-se com a alta produtividade e a inserção do país como player global. Assemelha-se mais ao subemprego, haja vista que os custos do MEI são muito menores que os do empregador de pequeno porte, permitindo assim, que mesmo empresas muito pouco produtivas sobrevivam.
Para comparação, um MEI pode faturar até R$ 6.750,00 por mês e irá pagar um imposto fixo de R$ 60 reais se for prestador de serviços. Se ele abrir uma pequena empresa, só os encargos que irão incidir sobre seu pró labore, mesmo se for um salário mínimo, será de 11% ou R$ 133,32. Portanto, quando se vê os números de empresas subindo, mas principalmente pela abertura de empresas do MEI, deve-se analisar os dados com cautela, não com comemoração.
A criação do MEI, lá em 2008, foi importante para dar segurança e desburocratizar a abertura de empresas. Assim, um empreendedor nessa categoria tem direito a aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte para os familiares. Entretanto, isso não pode ser encarado como uma alternativa para alavancar a produtividade do país. Assemelha-se mais a uma política de seguridade social e desburocratização para o primeiro empreendimento.