Representantes dos segmentos debateram o tema em reunião conjunta das Câmaras de Desenvolvimento da Indústria Florestal e do Mobiliário
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Preocupada com o suprimento de matéria-prima e insumos para os setores de base florestal e moveleiro de Santa Catarina, a Federação das Indústrias (FIESC) iniciou discussão sobre o tema. A reunião virtual, conjunta das Câmaras de Desenvolvimento da Indústria Florestal e do Mobiliário, do dia 18 de maio, teve o assunto em pauta e contou com a participação de representantes do governo de Santa Catarina e de sindicatos industriais. De acordo com o presidente da Câmara do Mobiliário, Arnaldo Huebl, o setor é bastante representativo, emprega muitos trabalhadores e está em franco desenvolvimento. “Estamos preocupados com a matéria-prima de hoje e do futuro. O mercado cresce e já sentimos falta de insumos. Precisamos pensar no futuro e no presente, a curto, médio e longo prazos. Nossa matéria-prima não se planta hoje e amanhã podemos usar. Ela tem seu tempo de crescimento de no mínimo 15 anos para ser utilizada na fabricação de móveis. É hora de discutir o assunto e chegar a um consenso”, destacou. Segundo o Anuário Estatístico de Base Florestal para o estado de Santa Catarina de 2019, grande parte da base florestal plantada está concentrada em empresas integradas verticalmente, garantindo o abastecimento de matéria-prima em seus processos industriais. O presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Florestal da FIESC, Odelir Battistella, destacou a importância de ações de curto, médio e longo prazos para os problemas de escassez de matéria-prima no setor moveleiro, principalmente referente a toras com diâmetro acima de 18 e 20 centímetros, que demoram mais de 15 anos para maturar. Citou a necessidade da criação de uma política industrial, que envolva a indústria, associações (como Embrapii, ACR, Epagri), o governo e o setor privado. “Para minimizar os impactos, as discussões iniciadas nas Câmaras trazem a oportunidade da adoção de ações integradas por parte da iniciativa privada e do setor público, promovendo políticas que estimulem investimentos em florestas plantadas, de forma a manter o equilíbrio entre a oferta e demanda futura de madeira no estado”, diz o 1º vice-presidente da FIESC, Gilberto Seleme, lembrando que o Programa Travessia elencou alguns setores prioritários para atuação, entre eles o moveleiro. “A participação de todos os representantes da cadeia nas discussões promovidas pela FIESC é fundamental para inspirar a solução do problema”, completa. PROPOSTAS DA FIESC 1. Tratamento Tributário Diferenciado para comercialização de madeira; 2. Medidas de estímulo ao plantio, principalmente aos pequenos produtores, por meio de um fundo de investimento, pela recriação do programa de pagamento de renda mínima e/ou pela garantia da aquisição futura do plantio (pequenos produtores); 3. Criação de fundos de investimentos (médio prazo); 4. Elaboração de um Plano Integrado para a Indústria da Madeira: atualização do Inventário Florestal; mapeamento do mercado nacional; e potencial de exportações; 5. Programa para a competitividade da cadeia da madeira, tendo como eixos: produtividade; adequação às normas de segurança; e sustentabilidade. SOBRE PROGRAMA TRAVESSIA Tem como propósito estabelecer, implementar, avaliar e melhorar continuamente um plano de desenvolvimento para o estado que o torne referência em desenvolvimento sustentável econômico, social, ambiental e cultural, por meio do crescimento quantitativo e qualitativo da economia, refletindo no aumento do PIB e do valor agregado dos produtos e serviços e na melhoria das condições de vida da população e, especificamente, sintonizado com os princípios mundiais de desenvolvimento sustentável, visando tornar Santa Catarina um case de referência Mundial na realidade pós Coronavírus.
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