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Maurélio Machado

maurelio_machadoyahoo.com.br

Escritor e Poeta

Natural de São Bento do Sul,SC, casado com Karim Voigt, pai de 2 filhas: Daniela e Fernanda e 1 filho: Fábio Luis, 1 neta Giovanna e 1 neto Eduardo.

 Membro da Academia Parano-Catarinense de Letras, ocupando a cadeira de nr. 41.

 Membro da Diretoria da Oficina de Poetas - formação de jovens poetas nas escolas públicas.

 Membro da Academia de Letras Infanto-Juvenil para Santa Catarina 

Municipal de São Bento do Sul

 Mérito Literário do Instituto Montes Ribeiro de Curitiba/Pr

 


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Madrugada de medo

Terça, 19 de julho de 2011

Ocorreu nos idos de 1974, n' uma cidade vizinha, onde eu cursava o científico.
Morava junto com meus primos, Mike e Omar, seus tres filhos e uma irmã dele, Ivone, muito doente, em cadeira de rodas, com graves problemas neurológicos, não se comunicava e ficava o tempo todo com um olhar distante.
O médico afirmara que ela pouco ouvia e enxergava.
Eu estudava à noite, e, durante o dia elabora meus temas, lia, escrevia algumas cartas e ouvia música, em alto e bom som...
Meus primos e as crianças quase todas as tardes se ausentavam, ocasiões em que eu ficava a cuidar da Ivone.
Preparava meus drinks (cuba libre) e ouvia música alta (Rolling Stones, Johnny Cass,Beatles e rock da pesada).
Certo dia olhei para Ivone e percebi seu rosto iluminado,um suave sorriso e lágrimas enchendo seus tristes olhos.
Eram as músicas, lembranças, saudades ? ...mas se ela não ouvia?
Vez por outra meus primos me flagravam: " ô guri baixe o som pra não perturbar a doente"...

Assim procedia, mas para nosso desencanto, meu e da Ivone, perdia-se nestes momentos nosso único elo de comunicação.
No inverno daquele ano ela faleceu.

O velório foi na casa de uma tia.
E, eu, designado a cuidar do casarão, à noite, onde ela falecera.
Lá estava eu, quase uma da madrugada, sem dormir, deitado, a pensar no ocorrido...
Quarto enorme, escuridão total, porta escancarada para o corredor principal...

Um ruído estranho, andar sorrateiro pode ser ouvido, um objeto se estatela frente a porta do quarto.

Repentinamente avistei aqueles olhos brilhantes, flamejantes a se aproximarem da minha cama.
Suava frio, puxei o cobertor até o pescoço...mal respirava, nem piscava...

Estava inerte, gelado e aqueles olhos flamejantes lentamente se aproximando.
Meus olhos fixos neles, o grito preso na garganta, pensava horrorizado: é chegada a minha hora!
E aí a ocorrência, um corpo se atirando sobre meu cobertor, olhos faiscando, o gemido aterrorizante.
Mesmo paralisado consegui gritar histérico e n'um esforço tremendo consegui acender a lâmpada do abajur, suava em bicas.

Luz e finalmente o vi: trêmulo, olhar assustado, acuado no parapeito da janela.

Era o gatinho angorá de minha prima...

Não consegui mais dormir.
Amanhecia, uma chuva fina molhava a vidraça embaçada.
Fui acompanhar Ivone à sua derradeira morada!



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Maria Helena Miguel


Procuro sempre me assustar, consegui, virgem que conto assombrador Maurélio, abraços

Responder      02/11/2013

Maria Elidia Pistori Pistori


Maurélio eu já li outros seus, gosto muito,às vezes não tenho tempo para comentar tudo.Entro mais à noite.Minha mãe é acamada, totalmente dependente, estas histórias despertam-nos, para captarmosaqueles pequenos detalhes que as deixam felizes.Minha mãe a muito tempo brincava com uma bonequinha,Hoje, só o carinho nosso, sempre--- e nos momentos de lucidezabraço, beijo, e falo Eu ti amo mãe, às vezes ela chora,Emocionamos muito.Meu pai é apaixonado.62 anos de casamento, bj

Responder      28/07/2011

André Victtor


Muita boa a história Maurélio ! Meus Parabéns ! Pena que não era uma 'Gata' daquelas !também adoro contar histórias de medo... E pra quem gosta, vai aí o meu convite:Blog Histórias do André Victtor: http://historiasdoandrevicttor.blogspot.comUm grande abraço ! ^^V^^

Responder      26/07/2011

Kelce Moraes


Maurélio querido...Que texto lindo, denso, cativante, misterioso.Amei e fiquei comovida.Bjs

Responder      25/07/2011

Cláudia Mendonça


Texto ótimo!!!Todos nós já passamos um susto destes...rsrsrs..Parabéns!!!

Responder      25/07/2011

Malu Cabral e Silva


Amei! Que leitura fácil, prende a gente, queria saber mais e mais. Não pare nunca! Nos dê sempre esse presente...Beijo no coração

Responder      25/07/2011

Maria do Carmo Marques Ramos


Boa noite! Como gosto de ler seus textos! Seu conto nos prende a atenção do início ao fim. O medo nos faz ver além da imaginação. Parabéns!!! Abraços!

Responder      25/07/2011

Aparecida Coelho


Depois desse susto, que Dona Ivone vá em paz prá junto de Deus! Amém! - Maurélio: muitas saudades! Logo, logo estarei de volta ao Recanto de meus amigos. Beijoooossssssssssss

Responder      25/07/2011

Ligia Resende


hehehe... Adoro suas histórias amigo, aqui em casa tb temos um gatinho assim o Faruk e, como na sua história tb ja me assustei com ele varias vezes... beijos no coração obrigada por sua amizade!

Responder      25/07/2011

Flor de Esperança Brisa do Mar


Amigo por pouco eu perdia esse belo texto, imaginei que fosse um conto de bruxas que tenho verdadeiro pavor, no entanto temos aqui um texto magnífico muito bem elaborado como todos que você escreve e adorei, eu já passei por um susto parecido quando criança, só que foi com a sombra da folha de uma bananeira na vidraça, rsrs. Deixo meus aplausos, parabéns pelo seu talento e um grande beijo em seu coração.

Responder      23/07/2011

Jorge Luiz Alves


De fato, concordo com Eliane: tal e qual Allan Poe. Há sempre uma etapa, antes do leito derradeiro. Abraço, tudo de bom!

Responder      23/07/2011

Claudia Nogueira


Que sustohemm?Adorei ler, voce escreve de uma maneira que dá vontade de ler maise mais.Sucesso amigo! Bjs

Responder      23/07/2011

Laura Munhoz


Nossa, adorei! Me fez recordar minha infância, quando meu avô me contava histórias assustadoras! Mto bom mesmo, parabéns!!! Bjãooo

Responder      23/07/2011

Elisa Mota


É, como saber quando os que já não podem se comunicar conosco com tanta facilidade agradam-se ou não com uma música, por exemplo? A situação lembrou o filme "O Escafandro e a Borboleta".. (obrigada pelos comentários na coluna! São bastante motivadores para que eu continue a escrever). Acredito que, ainda que não agrade, a intenção de tentar entreter a pessoa será entendida (por ela) como gentileza ou carinho.

Responder      23/07/2011

LUCINEIA MAGRI


È quem não ficaria com medo? olhos faiscantes no escuro.... sabendo de um velório, eu nem esperaria para ver o tal gato angorá, tinha corrido quilometros de distância......rsrsrs

Responder      22/07/2011

cristiane coradi


Nossa meu amigo, é de arrepiar, que susto em?? eu acredito que tia Ivone não iria lhe assustar não, foi apenas obra do acaso, mas que arrepia, ah! se arrepia, beijos meu querido, muito interessante seu texto eu amei, Deus te abençoe!

Responder      22/07/2011

Tânia Avellar


Querido amigo , quem nesta vida não passou por susto deste , principalmente quando éramos crianças , me recordei da minha infância também e dos medos que já tive , e hoje em dia dou até risada e conto para minhas netas , que me olham com aqueles olhinhos assustados e depois caem na risada , acabou de acontecer comigo , você sinceramente conseguiu dar o troco , me arrepiei de tanto medo , e o final foi muito engraçado , parabéns amigo , pelo conto e por ter conseguido me assustar , bjks mi ::02::

Responder      22/07/2011

Cristina Moura


Prezado amigo,Passei por uma situação muito parecida.Você me fez relembrar!!QUE HORROR....aquele momento.Imaginei tudo.Olhos vermelhos, dentes saltados, gelado,etc....Nem por um momento, passou pela minha cabeça, que seria minha própria prima que estava dormindo no mesmo quarto, levantou, sentou na cama, para tomar um ar fresco.Até eu consegui raciocinar, quase morro do coração...kkkkkk...

Responder      22/07/2011

Emmanuel Almeida


Atitude linda a sua em estar perto de quem tanto pecisava, acho que do seu comportamento humano, apesar de solitário, ajudou à esta pessoa conhecer a pureza da felicidade! Gostei muito do seu texto Maurélio!

Responder      22/07/2011

Sirlene Rosa


Querido amigo e poeta, voltando para parabenizá-lo mais uma vez pelo seu talento!!! Beijos em seu coração!!

Responder      21/07/2011

Anna Servelhere


Adoro literatura fantástica....buuuuuuuuuuuparabéns Murélio!

Responder      21/07/2011

Cláudia Zin


Amigo Maurélio, devo lhe confessar que sou bem medrosa,e tive pavor. Parabéns!

Responder      21/07/2011

Maria de Fátima Monteiro


O que mais me assustou foi o quarto enorme com a porta aberta para o corredor,uiiiiiiiiii...Adorei,beijo.

Responder      21/07/2011

Mariane Roberti


Mestre contador de histórias, me arrepiei toda com sua narrativa, acho que teria um AVC fatal naquele instante. Gostei apesar do susto,rssss Beijos da Mari

Responder      21/07/2011

Adilson José Rank


Peo menos você viu que era uma gato, já eu não esperaria para conferir..muito bom..Abraço Maurélio.

Responder      21/07/2011

Eliane Raye


Adorei! Me fez lembrar mesmo Alan Poe. Adooooro os contos dele, cheios de suspense. Confesso que se eu estivesse no seu lugar, estaria indo com Ivone para a derradeira morada. Com um susto desses, não sei se meu coração aguentaria! rsrsrsrs.. Beijos

Responder      21/07/2011

Ana Maria Brasiliense


Que susto heim? Ri muito adorei!

Responder      21/07/2011

Rakel vianna


Meu querido amigo, minha mãe se chama Ivone... Ela tem Alzheimer!!!muito doente, em cadeira de rodas, com graves problemas neurológicos, não se comunicava e ficava o tempo todo com um olhar distante.... Só rindo mesmo, beijos

Responder      20/07/2011

Flor Morenna


Ave Maria do Socorro rsrs Eu não dormiria tão cedo...rsrs Adorei querido amigo, você é brilhante!!!!

Responder      20/07/2011

Lu Genovez


Maurélio, não pensaste que eu ia pensar que era a tua prima, não é??!rs Mas sabes o que me deixou triste de verdade? ver como as pessoas se referem a alguém nessas condições: "a doente"... puxa, ela tinha um nome.... Digo pq já vi cenas assim.Que bom que proporcionaste momentos de alegria a ela, com as canções!!!!Sempre muito bom te ler!!!! Beijoo, querido

Responder      20/07/2011

Dolce Vita


Olá Maurélio! Parabéns pela excelente crônica! Bjs

Responder      20/07/2011

Hideli Estork Cavalcanti Coelho


hehehe... De arrepiar e de nos deixar insônes, mesmo! COmo sempre, muito bom, amigo. Bjk e saudades.

Responder      20/07/2011

Rosa Berg


Maurelio, imagino o calafrio e o coração disparado. Affe!!!

Responder      20/07/2011

Eliane Mendonça


rsrsrsrsrs quem não piscava fui eu e na curiosidade de saber o final da história. Mto boa. Narrou de uma forma q prendeu-me na leitura.Parabéns.

Responder      20/07/2011

m. do carmelo barata


muito bem escrito , perfeita narrative, descreve divinamente a situação kkkkk affffffffffff maria! outra dessa quem fk sem dormir sou eu kkkkkkkk

Responder      20/07/2011

Rogéria Costa


Caro Maurélio,Gostei muito...e com tudo isso fiquei com pena do gatinho...você é um sério candidato a ser o nosso Edgar Allan Poe brasileiro...Um grande abraço,

Responder      20/07/2011

Joselaine Vergari


Fiquei estatelada, me lembrei dos meus dias de medo na infância... "puxei o cobertor até o pescoço...mal respirava, nem piscava... realmente era uma vida dura esta de ter medo das coisas ! Adorei o seu texto... Gostaria de ver outros. Parabéns pela sua escrita, abraços, Josy.

Responder      20/07/2011

Jefferson Dieckmann


Mais uma bela história recheada de detalhes e de humor! Parabéns, meu amigo! Um grande abraço!

Responder      20/07/2011

Nina Ratini


Ótimo texto com uma cronica bem inovadora, Parabéns amigo

Responder      19/07/2011

Mara Maracaba


Maurélio, seus contos seguem uma condução muito sequenciada...começo, meio e fim bem delineados.Quanto à esse especificamente ele nos faz realizar uma introspecção! Como eu reagiria?Geralmente, não somos preparados para a morte, embora comecemos a morrer desde a hora em que nascemos. Aparecendo um gato desse em cena, faz qualquer criatura perder a compostura, mandar a razão embora e começar a rezar.

Responder      19/07/2011

Renilda Pscheidt


Querido MaurelioMais uma vez vç surpreende, com nostalgia e alegria.parabens. bjs

Responder      19/07/2011

Sirlene Rosa


Do jeito que sou medrosa, teria morrido!!! rsrsParabéns, meu querido amigo e poeta!Seu talento com as palavras é indiscutível!!!Beijos

Responder      19/07/2011

Efigênia Coutinho


Meu amigo Maurelio, ler suas crônicas, a gente da boas risadas, essa de hoje valeu, pois esse gatinho te deu um baita susto de verdade!Efigênia

Responder      19/07/2011

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