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Cléverson Israel Minikovsky

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Cléverson Israel Minikovsky (Pensando e Repensado)

Advogado

Filósofo

Jornalista (DRT 3792/SC)


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A Fé

Segunda, 11 de julho de 2011

Em Hebreus, 11, 1, “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem”. Diria que há duas fés: a fé bíblica e a fé não bíblica. Posso ter fé na capacidade de meus governantes, fé no poder epistemológico e pragmático da ciência, posso fazer uma fezinha na loteria, mas tudo isso não é fé genuína, pois se mescla à certeza dogmática elementos racionais que independem de fé. Mas, a fé bíblica conta como arrimo apenas o testemunho exarado nas páginas das Sagradas Escrituras de pessoas que fizeram experiências sobrenaturais com as Pessoas da Santíssima Trindade. Todo o mérito do crente consiste em ter fé e viver retamente, de acordo com esta fé. Crer é acreditar naquilo que não se vê, naquilo que não é palpável. Não é só porque não posso experimentar pelos sentidos alguma coisa, não é só porque não posso colocar algo dentro de um tubo de ensaio que esta coisa não existe. As coisas invisíveis são o fundamento das coisas visíveis. É de se admirar que ninguém tenha visto o homem ir à Lua e acreditar que ele realmente tenha ido à Lua e que o filme exibido não passa de uma montagem. Mas quando se trata de assunto bíblico começa a elaborar uma série de óbices à aceitação das verdades do texto sagrado. Cremos no que é noticiado nos jornais, mas questionamos os milagres de Jesus. A ciência decompõe analiticamente tudo até chegar à partícula subatômica e a religião sinteticamente tudo ensabla até chegar à infinitude de Deus. A ciência é pesquisa, a aplicação prática da pesquisa é a técnica. Mas a ciência e a técnica facilitam nossa vida cotidiana e material, não resolvendo o sentido disto tudo. São-lhes desconhecidos os escopos e os fins. A ciência diz o como, mas não o porquê e o para quê. A filosofia tudo questiona e tudo de uma ou de outra forma responde. Mas suas perguntas são frustrantes. A filosofia é o saber que une o racional empírico que é a ciência e o racional intuído que é a religião, é uma verdadeira ponte. Existe a filosofia porque só a ciência não basta, existe religião porque só a filosofia não basta. Porque a filosofia diz que certas coisas não estão ao nosso alcance e a religião diz que, de fato, a questão foge ao alcance da razão, mas que tudo é alcançável pela fé. Nada está fora do alcance da fé. A fé nas promessas de Deus tem de ser uma fé absoluta. Devemos ter mais fé do evangelho do que do que no princípio segundo o qual o todo é maior do que a parte, do que o caminho mais curto entre dois extremos é a linha reta, do que o quadrado da hipotenusa é a soma dos quadrados dos catetos, de que as raízes de xis ao quadrado se extraem por: menos B, mais/menos raiz quadrada de B ao quadrado menos quatro AC sobre dois A. Enfim, nossas verdades de fé devem ser maiores do que as próprias leis do pensamento, porque o pensamento de Deus está acima do nosso pensamento. Não podemos ser juízes das Sagradas Escrituras, pelo contrário, as Sagradas Escrituras são nossas juízas, e pela fé podemos nutrir esperança de absolvição. Não basta ter fé, é preciso ter fé nas coisas merecedoras de fé. Evidentemente, a razão pode lhe ajudar a esclarecer no que você não pode ter fé. Assim, quando alguém do perfil de Buda na suavidade dos seus cento e cinqüenta quilos fala em autodomínio é melhor você ficar esperto, porque quem diz faz o que eu digo, mas não faça o que eu faço, não é merecedor de crédito. Evidentemente, a fé é pacienciosa, porém, não é passiva. Fé é esperar agindo. Incansavelmente. Evidentemente, a fé não pertine somente ao âmbito da religião. Ela faz parte do estudo, da vida profissional, de todo projeto que requeira considerável prazo. Diria que somos geneticamente programados para termos fé. Diante do cerceamento epistemológico no qual estamos mergulhados não há como agir e se orientar apenas com base naquilo que é possível materialmente de conhecer e corroborar. A todo instante temos que dar um salto no desconhecido, e a fé religiosa é lançar-se no infinito crendo que Deus vai nos agarrar.



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